Por meio de uma ação deflagrada pelo Ministério Público, Polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros, Ibama e Secretaria Estadual de Meio Ambiente, uma propriedade nas proximidades da Lagoa do Portinho passou por vistorias técnicas nesta quinta-feira (23). Localizada na altura do Olho D’água, a fazenda abriga uma barragem represada pelo rio Marruás, principal afluente da Lagoa do Portinho. A barragem, assim como outros desvios em propriedades diferentes, foi feita de forma irregular, o que teria contribuído para o assoreamento e secagem da Lagoa do Portinho, um dos principais cartões postais do Piauí.
O crime foi denunciado inicialmente pelo vereador Carlson Pessoa (PSB), mediante requerimento enviado a Câmara Municipal de Parnaíba, no início do ano. Durante a audiência pública, o vereador apresentou fotos da situação gritante da lagoa e deu início a uma série de debates a fim de buscar soluções viáveis para tentar solucionar o problema. Na reunião foi criado um Comitê Gestor para acompanhar o andamento das ações feitas para salvar o lago. Além de Carlson Pessoa, o Comitê é formado também por secretários do Meio Ambiente do Estado, representantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), engenheiros agrônomos, representantes da Assembleia Legislativa e da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semar), entre outros.
O promotor responsável pela operação batizada de “Lagoa Livre”, Antenor Figueiras, afirmou que aguardará o laudo do IBAMA e da Semar para tomar as devidas providências. “Com base nos laudos iremos resolver se entramos ou não com uma ação cível pública. Outras propriedades serão visitadas além dessa, pois tenho a informação de que existem construções de alvenaria em outros locais. Iremos a toda. Todas serão investigadas”, prometeu o promotor.
O nome do proprietário da fazenda vistoriada segue em segredo de justiça até a conclusão do inquérito. Ele acompanhou a vistoria, mas não permitiu a entrada da imprensa. Outras barragens na região passarão por vistorias e aquelas que comprovadamente contribuíram para a seca da Lagoa do Portinho, serão destruídas e os responsáveis pelos açudes sofreram as penalidades cabíveis.
Lagoa do Portinho pede socorroDurante anos a Lagoa do Portinho vem sendo prejudicada por diversos fatores como o desvio de água para abastecer barragens que servem de celeiro para a criação de peixes e de camarão em propriedades particulares. O local também sofre com a estiagem, o desmatamento e a ação das dunas que se movimentam em direção ao lago. Com tanto desgaste, o cartão postal que já foi considerada um verdadeiro paraíso, secou completamente.
Devido às chuvas que caíram recentemente na região, o local acumulou um pequeno volume de água, mas ainda está longe da quantidade de água esperada para devolver vida ao ambiente. A seca afetou o lazer de milhares de parnaibanos e moradores de cidades vizinhas que escolhiam o balneário nos finais de semana e feriados, além de prejudicar os comerciantes que dependem das atividades turísticas do cartão postal.
Por Luzia Paula
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