O morador de rua Bruno Jesus Batista, de 36 anos, encontrou objetos pessoais de Betty Lago, que morreu aos 60 anos no dia 13 de setembro, em decorrência de um câncer na vesícula. Entre os pertences achados numa lixeira no Leblon, estavam cartões de créditos, cartões-postais, agendas telefônicas, cadernetas de anotações, algumas cartas de amigos e uma medalhinha de Nossa Senhora de Fátima. Há ainda uma foto de um bebê e um livro com uma poesia escrita por ela quando tinha 19 anos.
O material chamou a atenção do catador de lixo, que pensa em devolver algumas das lembranças para os amigos de Betty. A medalha, por exemplo, estava acompanhada de uma carta enviada à atriz.
“Me ofereceram R$ 100 pela medalha, mas eu não quis vender, não. Prefiro devolver à pessoa que comprou para ela”, diz Bruno, que afirma ser fã de Betty desde os tempos da novela “Bang bang”. “Aquela mulher era linda demais. Gostava muito dela. Pena que ela morreu”.
Bruno vive nas ruas da Zona Sul há dois meses, quando deixou a casa que morava com a mãe e os três filhos, de 8, 6 e 4 anos, em Niterói, por causa das drogas. “Uso cocaína desde os meus 16 anos, mas quero sair dessa vida. Já estou há uma semana sem usar nada e quero voltar a trabalhar revendendo coisas que eu compro no mercadão. Hoje vivo do que eu cato nos lixos. Durmo por aí, onde dá. Já passei muita fome e frio, mas ladrão não sou, não. Não fico com nada que não é meu ou que eu sei de quem é o dono”.
O morador de rua carrega com carinho os pertences da atriz numa mochila junto com um cobertor. “É tudo o que eu tenho”, diz. Ele lembra que acompanhou a morte da artista pela TV. “Perdi um tio dessa mesma doença, quando eu era pequeno. É muito triste. Acredito muito em Deus, e acho que essas coisas que eu encontrei da Betty são algum sinal”.
A coluna tentou entrar em contato com parentes da atriz, mas não obteve resposta.
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