A região de São Raimundo Nonato já sofre com incêndios há 15 dias. O grande temor é de que o fogo alcance o parque nacional Serra da Capivara, patrimônio da humanidade. Mas a arqueóloga Niéde Guidon, que preside a Fundação Museu do Homem Americano - FUMDHAM - já lamenta que as chamas atinjam área com pinturas rupestres cadastradas no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN -, e que não são protegidas por estarem fora do parque.
"Toda essa chapada tem sítios, são mais de 1.600. Já tivemos vários sítios destruídos por incêndios. Este parque é patrimônio da humanidade e São Raimundo Nonato não tem nenhum caminhão do Corpo de Bombeiros", reclamou a arqueóloga.
Ítalo Robert, chefe do parque, reclama da falta de brigadistas e da própria comunidade. "Nossa brigada é pequena e a comunidade está tocando fogo duas horas da tarde para plantio! Com o vento e esse clima seco... Temos focos de fogo em vários pontos, não só em São Raimundo Nonato como em São Braz e Anísio de Abreu. A gente pede a ajuda para apagar o fogo, e eles (moradores) não vão", disse, revoltado, em contato por telefone com o Cidadeverde.com.
São 20 homens do Prevfogo e do próprio parque combatendo os focos. Como a ação humana saiu do controle, os brigadistas já trabalham na proteção de lugares onde possivelmente as chamas se alastrariam a ponto de atingir a Serra da Capivara. Segundo Ítalo Robert, aconteceu um incêndio no início de setembro dentro do parque, que foi combatido de imediato. Ele informa que o fogo atualmente está distante cerca de 15 quilômetros da área de proteção ambiental.
Ontem, o Corpo de Bombeiros enviou uma guarnição para a região. Em Teresina, eles informaram que 150 voluntários civis estavam ajudando os brigadistas a combater o fogo no município de Jurema, que fica entre os parques da Serra da Capivara e das Confusões.
Fábio Lima
fabiolima@cidadeverde.com
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