sábado, 17 de janeiro de 2015

'A execução vai ser feita', diz ex-cônsul do Brasil em Bali

Renato Vianna não acredita na possibilidade de cancelamento da execução.

Ex-cônsul revelou que 12 atiradores irão efetuar os disparos.

Do G1, em São Paulo

"Realmente a execução vai ser feita", disse o ex-cônsul do Brasil em Bali, Renato Vianna, em entrevista a GloboNews. Ele não acredita na possibilidade de cancelamento da execução. O brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, deve ser executado na madrugada deste domingo (17) no horário local – por volta das 15h deste sábado – na Indonésia.
Questionado sobre outros brasileiros condenados pelo mesmo motivo que conseguiram se livrar da pena de morte na Indonésia, Renato Vianna destacou que as penas não eram tão rígidas com relação às drogas no período. Ele explicou ainda que a legislação foi mudada há uns 15 anos. “A Indonésia é um país tranquilo, bem aberto, mas eles são muito restritos com relação às drogas”, ressaltou. E acrescentou que há 138 pessoas para serem executadas, metade dos quais, segundo ele, são estrangeiros.
O ex-cônsul explicou ainda que a tolerância é zero com a droga. “Se a pessoa for pega com um cigarro de maconha, ela vai ser presa e está arriscada a passar até 8 anos na cadeia”, afirmou.
Sobre o fuzilamento, Renato Vianna revelou que eles são transferidos para um lugar próximo à penitenciária e contou que são 12 atiradores.
 Archer é instrutor de voo livre e foi preso ao tentar entrar na Indonésia, em 2004, com 13 quilos de cocaína escondidos nos tubos de uma asa delta. A droga foi descoberta pelo raio-x, no Aeroporto Internacional de Jacarta. O brasileiro conseguiu fugir do aeroporto, mas foi preso duas semanas depois. A Indonésia pune com pena de morte o tráfico de drogas.
Nesta sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff fez um apelo por telefone ao governante da Indonésia, Joko Widodo, para poupar a vida dos dois brasileiros, mas não foi atendida. Widodo respondeu que não poderia reverter a sentença de morte imposta a Archer, “pois todos os trâmites jurídicos foram seguidos conforme a lei indonésia e aos brasileiros foi garantido o devido processo legal”, segundo nota da Presidência.

O assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, informou que o governo brasileiro pediu ajuda ao Papa Francisco contra a condenação à morte do brasileiro. “Fiz chegar à representação da Santa Sé no Brasil um pequeno dossiê sobre o caso e me foi assegurado que isso seria enviado à Secretaria de Estado do Vaticano para que sua Santidade pudesse interceder em favor de uma atitude de clemência do governo indonésio”, disse.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou uma carta ao chefe do Ministério Público da Indonésia para pedir que o governo daquele país adie por oito semanas a execução do brasileiro Marco Archer, condenado à morte por tráfico de drogas.
Segundo a PGR, o adiamento por oito semanas daria ao Ministério Público do Brasil e ao da Indonésia um tempo mínimo para tentar uma cooperação entre os dois países que alivie a situação dos brasileiros e também leve a um acordo mais amplo para solução de futuros casos semelhantes.
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Marco dentro da cadeia na Indonésia (Foto: Rogério Paez / Arquivo pessoal)Marco Ancher dentro da cadeia na Indonésia (Foto: Rogério Paez/Arquivo pessoal)
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/01/execucao-vai-ser-feita-diz-ex-consul-do-brasil-em-bali.html

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