quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Bocado comido, bocado esquecido

Esta expressão é mais do que conhecida por aqueles que têm mais de 50 anos, já são puxados nos cabelos grisalhos ou completamente brancos. E significa que pessoas ingratas tem muita facilidade de esquecer o ou um bem que lhe foi feito por outras. O camarada vem pra sua casa e usufrui de sua hospitalidade e depois num dia qualquer faz de conta que nunca lhe viu mais gordo ou mais magro. Políticos na sua maioria têm essa facilidade de esquecer que um dia bateram à sua porta procurando voto ou lhe abordaram na rua entregando santinhos e prometendo isto e mais aquilo.

Mas saindo agora da esfera política e deste movimento das eleições presidenciais, que graças a Deus estão chagando ao fim, agora, dentro de mais alguns dias vem Natal e Papai Noel. Mais um pouco, já em 2015, estaremos no velho Carnaval e dentro de mais uns meses vem Semana Santa e por aí vai. E assim vem aquele velho costume da gente nem se lembrar mais em quem se votou no ano passado pra governador, senadores, deputados federais e estaduais. Tudo novo e tudo velho ao mesmo tempo. Os mesmos. Vão agora esquecer as promessas e as propostas ditas e juradas na sua frente.

E a gente fica observando como é fraca a mente humana, principalmente de um povo que leva tudo na brincadeira as coisas mais sérias. Aquelas coisas que pela importância deveriam ser tratadas com todo o rigor de raciocínio. Depois vamos colocar culpa nos outros apontando com o dedo polegar ainda sujo de tinta feito aqueles velhinhos analfabetos que vem todo mês receber o dinheiro da aposentadoria. Porque a gente reluta em parecer analfabeto político num momento em que é mais que necessário mostrar que temos discernimento? Porque a gente reluta em continuar ignorando as situações de mudança?

Duvido que dentro de mais alguns dias alguém, eleitor, se lembre em quem depositou confiança de voto pra presidente, governador, senador, deputados federais ou estaduais. Duvido que alguém se lembre se realmente fizemos por onde merecer o governo que vamos ter. Mas certamente todos os brasileiros não estarão esquecidos do tamanho da surra de gols que a\ Seleção Brasileira levou nessa Copa do Mundo dentro de casa. Pra quem mesmo? E assim a gente vai levando. Fingindo de ser cidadão de qualquer jeito. Indo pra frente da urna com aquela má vontade. Sem saber ou sabendo que votando mal vamos dar oportunidade pra que aquele mau político tenha chance de fazer da nossa vida gato e sapato.


E daqui a quatro anos ele, o político, volta com a cara mais deslavada pedindo de novo seu voto. Certamente que comeu sua confiança feito como quem come doce de goiaba e esqueceu o pires na janela, aquilo que havia prometido. Agora volta na mesma pisada procurando mais. Feito rato procurando farelo de comida em cima de mesa de cozinha mal cuidada. O brasileiro precisa antes de tudo tomar vergonha na cara. Precisa comprar nessas lojas ditas de artigos importados, um espelho daqueles bem grandões e todo santo dia se olhar de cima a baixo, da direita pra esquerda e da esquerda pra direita, de frente e de costas, fazer caretas. Depois pare pra pensar nas besteiras que eventualmente anda fazendo e que são muitas. Brasileiro anda se preocupando muito com bobagens nos últimos tempos. Anda fazendo e promovendo a defesa de coisas, as mais insignificantes. E quando é chamado a ser responsável se faz de abestado pra lá na frente ser tratado de analfabeto politico. Porque é assim que ele quer ir passando pra se dar bem na vida com pouca coisa. 


Por Antônio de Pádua

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