Dharun Ravi, 20, ficará preso por 30 dias e passará três
anos em liberdade assistida por espionar colega de quarto homossexual.
Do UOL, em São Paulo
Um ex-estudante indiano da Universidade de Rutgers, em Nova Jersey
(EUA), foi condenado a 30 dias de prisão por crime preconceito ao
divulgar um vídeo gravado com uma webcam em que seu colega de quarto
aparece beijando um homem. Após a publicação das imagens na internet, a
vítima cometeu suicídio.
Além da pena de 30 dias de prisão, Dharun Ravi, 20, ficará três anos
sob liberdade assistida. O juiz do caso, Glenn Berman, não recomendou a
extradição do jovem à Índia, onde ele nasceu e possui cidadania. Uma
multa de US$ 10 mil foi cobrada do condenado.
Segundo o “Guardian”, Ravi não foi acusado pela morte do colega de
quarto, mas o suicídio da vítima “pairava” sobre o julgamento do caso e
levou à discussão da aplicação de leis contra crimes de ódio e
preconceito.
Entenda o caso
Em setembro de 2010, o colega de quarto de Ravi, Tyler Clementi, 18,
pediu que ele passasse uma noite fora para que ele tivesse privacidade
para receber um convidado. Ravi então foi ao quarto de um outro amigo e
ligou remotamente uma webcam.
No vídeo, Ravi viu Clementi e outro homem se beijando e espalhou a notícia via mensagens instantâneas e pelo Twitter.
Uma amiga de Ravi, Molly Wei, mostrou alguns segundos do vídeo ao vivo
para alguns colegas de quarto. A jovem, no entanto, entrou para um
programa de intervenção pré-julgamento que pode livrá-la de ter
registros criminais caso siga uma lista de condições impostas pelo juiz
do caso.
Depois de assistirem às imagens à distância, os dois jovens recuperaram o vídeo e o publicaram no site iChat.
Dois dias depois, Clementi novamente pediu para que Ravi o deixasse
sozinho no quarto; o estudante contou no Twitter como as pessoas
poderiam fazer para acessar novamente a webcam no quarto.
Dessa vez, entretanto, nada apareceu nas imagens. Na noite seguinte,
Clementi pulou da ponte George Washington, em Nova York. Antes do
suicídio, ele havia lido as mensagens publicadas por Ravi no Twitter.
O caso, que foi capa dos jornais nova-iorquinos, causou revolta: a
comunidade homossexual denunciou o assédio sofrido pelo jovem. "Estamos
enojados com o fato de que certas pessoas (...) possam considerar a
destruição de uma vida um esporte", declarou na época Steven
Goldstein, presidente da associação de defesa dos direitos dos
homossexuais "Garden State Equality".
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