quarta-feira, 23 de maio de 2012

Corinthians e Vasco definem quem chega à semifinal do torneio continental


Ricardo Moraes/Reuters
Primeiro confronto terminou empatado sem gols, no encharcado campo de São Januário
Rio de Janeiro — “Agora teremos dois times com alma e consistência. Será um baita jogo, muito equilibrado.” A definição do técnico Tite para o duelo pelas quartas de final da Libertadores entre Corinthians e Vasco pode ser ilustrada pelos números desde o ano passado. O empate por 0 x 0 no primeiro encontro, em São Januário, serviu para reforçar a tese de que o confronto de hoje, às 22h, no Pacaembu, será uma final que não existiu no Campeonato Brasileiro de 2011. Candidatos únicos a erguer o troféu do Nacional na última rodada do ano passado, o campeão e o vice não tiveram a chance de um tira-teima — desde 2003 disputada por pontos corridos, a competição não prevê final entre os dois melhores.

Mas o mundo do futebol apronta surpresas para os times que se esforçam. Desde 4 de dezembro de 2011, dia em que o time paulista conquistou seu quinto título do Brasileiro, Corinthians e Vasco seguiram destinos por linhas quase idênticas e chegaram ao ponto comum. Após os 90 minutos de hoje ou até a cobrança de pênaltis, enfim, a rivalidade alimentada pelo Nacional do ano passado terá um vencedor.

Isso porque somente um confronto decisivo entre eles parece ser o suficiente para desequilibrar o duelo. Mesmo com o Corinthians disputando o Paulista e o Vasco o Carioca, os números seguem praticamente os mesmos. Com 28 partidas oficiais no ano, a equipe de Tite esboça um aproveitamento de 70,2%. Tão eficiente quanto o do rival, o Vasco de Cristóvão Borges chega ao Pacaembu com 70,1% dos pontos disputados em 2012, em 29 jogos. “Nós apenas adiamos a definição de quem vai se classificar, pois Corinthians e Vasco têm condições de passar nesta partida em São Paulo”, admite o treinador corintiano, que afasta qualquer tipo de favoritismo, mesmo atuando em casa.

O equilíbrio entre Corinthians e Vasco é tanto que até na hora de ser eliminado do Estadual eles “escolheram” a mesma época. Em 22 de abril, o atual campeão brasileiro deu adeus ao título doméstico ao ser derrotado pela Ponte Preta (3 x 2). Um pouco mais competente que o adversário de hoje, o cruz-maltino ainda disputou a final da Taça Rio contra o Botafogo, mas teve o mesmo desfecho: eliminado em 29 de abril após revés por 3 x 1.

Pressão
As despedidas dos Estaduais, no entanto, passaram despercebidas até aqui. Sempre com o foco mantido na competição continental, as duas forças do futebol brasileiro sabem que um tropeço no confronto de hoje pode significar muito mais do que a perda de uma “simples” final. Para o Corinthians, o fim de mais um sonho de conquistar o título inédito. Para o Vasco, a pressão por ter mantido o contestado técnico Cristóvão deve estourar de vez.

Hoje, 22h Globo, Fox Sports
Libertadores
Quartas de final (Jogo de volta)
Estádio do Pacaembu — São Paulo (SP)


Árbitro: Leandro Pedro Vuaden
Auxiliares: Altemir Hausmann e Carlos Berkenbrock

Corinthians (4-4-2)
Cássio; Alessandro, Chicão, Leandro Castán e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Danilo e Alex; Emerson e Jorge Henrique
Técnico: Tite

Vasco (4-4-2)
Fernando Prass; Fagner, Renato Silva, Rodolfo e Thiago Feltri; Nilton, Rômulo, Juninho Pernambucano e Diego Souza; Eder Luis e Alecsandro
Técnico: Cristóvão Borges


Destaques

Cássio
Mesmo perdendo a invencibilidade no gol do Corinthians no último domingo, Cássio tem total confiança da torcida pela fase que vive. Desde que substituiu Julio Cesar, ele tem esbanjado segurança e impõe respeito pelo 1,95m. Caso a decisão vá para os pênaltis, sua estatura pode ser um diferencial.


Fernando Prass
Titular absoluto, o goleiro chega revigorado para o duelo contra o Corinthians. Acusado por torcedores de não levar sorte nos pênaltis, ele defendeu a cobrança de Marcelo Moreno, do Grêmio, no último domingo. Caso não tome gol no tempo normal, garante, no mínimo, uma decisão por pênaltis.


O que vale

Após eliminações nos respectivos Estaduais, Corinthians e Vasco tem a Libertadores como o único e principal título a ser conquistado no primeiro semestre. Com o empate por 0 x 0 no primeiro encontro, quem vencer avança às semifinais. Igualdade com gols classifica o time carioca e um novo 0 x 0 leva a decisão para os pênaltis.
Olho neles

Com a expectativa de que seja um jogo muito corrido, as válvulas de escape das equipes são os ponteiros Jorge Henrique, no Corinthians, e Eder Luis, no Vasco. Conhecidos pela habilidade e, principalmente, agilidade, eles serão os responsáveis por dar força ao contra-ataque.

No bolão

Por jogar ao lado da torcida, o Corinthians entra em campo com uma força extra após o empate por 0 x 0 no primeiro duelo. Essa vantagem, no entanto, ficará em segundo plano caso o Vasco consiga marcar um gol no Pacaembu. Isso porque forçaria o time paulista a vencer o duelo, o que dá certa vantagem ao cruz-maltino.

Você sabia?

Corinthians e Vasco já se enfrentaram três vezes em competições internacionais e a vantagem é total do time paulista. No primeiro jogo, pelo Campeonato Mundial de Clubes organizado pela Fifa, em 2000, empate por 0 x 0, com a equipe de Parque São Jorge levando a taça após disputa por pênaltis. Em 2006, pela Sul-Americana, duas vitórias do Timão.

O que eles esperam

“Temos demonstrado muita eficiência nas partidas que realizamos no Pacaembu nesta Libertadores”
Tite, técnico do Corinthians

“Tivemos os 90 minutos iniciais e nada ficou definido. Agora, sabemos a importância do gol fora de casa”
Cristóvão Borges, técnico do Vasco

0,1%
No ano passado, Corinthians e Vasco chegaram à última rodada do Brasileirão em condições de levar o título. De lá para cá, os paulistas disputaram 28 partidas, e os cariocas, 29. E o aproveitamento de cada um foi praticamente igual, 70,2% contra 70,1% a favor dos corintianos. Prova matemática de que o confronto desta noite por uma vaga na semifinal é um dos mais equilibrados da Libertadores. Hoje, apenas um segue na competição

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