O republicano Donald Trump realiza primeiro discurso em Manhattan após derrotar Hillary Clinton e vencer as eleições presidenciais americanas - 09/11/2016 (Mike Segar/Reuters)
A partir de 20 de janeiro, o republicano Donald Trump enfrentará uma série de desafios como novo presidente dos Estados Unidos, muitos deles na política internacional. Desde que venceu as eleições à Casa Branca, em 8 de novembro, o magnata republicano tem prometido mudanças drásticas na política externa americana, como uma reaproximação com a Rússia, uma renegociação comercial com a China, uma forte oposição aos acordos climáticos, uma política migratória restritiva e atitudes mais duras contra o Irã.
Essas promessas de Trump foram recebidas com cautela e preocupação pelos parceiros dos EUA, já que algumas decisões podem alterar a regra do jogo internacional e impactar as relações diplomáticas do mundo todo.
1. Quais serão os pilares da política externa de Trump?
(Joe Raedle/Getty Images)
De acordo com o professor de Relações Internacionais da ESPM Heni Ozi Cukier, Trump foi eleito com um discurso composto por três elementos: protecionismo comercial, fortalecimento da identidade americana e política externa isolacionista. Este trio de fatores impactará a política em diferentes camadas, tanto em questões comerciais quanto na atuação de conflitos internacionais. "Em algumas áreas, Trump tem mais mobilidade para atuar, como o controle de imigrantes. Outras são mais difíceis, como a comercial, pois envolvem tratados consolidados", disse Cukier à agência de notícias ANSA.
2. Como será a relação de Trump com seu secretário de Estado?
(Mike Stone/Reuters)
3. Quais desafios foram criados pela conjuntura internacional e quais foram escolhidos por Trump?
(Carlos Barria/Reuters)
Ao assumir a Casa Branca, o republicano terá de lidar com assuntos que já perduram há anos, como a guerra na Síria, a instabilidade no Oriente Médio, o combate ao terrorismo e a imigração. No entanto, Trump prometeu reabrir questões que já haviam sido concluídas, como o acordo nuclear com o Irã e a retomada gradual das relações diplomáticas com Cuba, ambos negociados e sancionados durante o mandato de Barack Obama. O magnata também anunciou que não ratificará a Parceria Transpacífico (TPP), e pretende revisar as tarifas comerciais com a China e se aproximar da Rússia, medidas totalmente novas na política externa americana e cujo impacto ainda não pode ser mensurado.
4. EUA e Rússia encerrarão sua hostilidade histórica?
(VEJA.com/VEJA/VEJA)
A nomeação de Tillerson vai ao encontro da ideia de reaproximação com a Rússia defendida por Trump, já que o novo secretário de Estado tem o apreço do presidente Vladimir Putin. No entanto, Washington e Moscou mantêm interesses estratégicos divergentes em vários assuntos geopolíticos, principalmente no Oriente Médio. "A política externa para a Rússia pode mudar, sim, porque Trump é uma pessoa muito pragmática, capaz de estabelecer consensos. Mas, com certeza, ele enfrentará resistência no Senado, onde há políticos, republicanos, que são muito agressivos contra a Rússia", disse à agência de notícias ANSA o professor Geraldo Zahran, da PUC-SP.
5. Trump vai declarar uma guerra comercial contra a China?
(How Hwee Young/Reuters)
As últimas declarações do magnata republicano não agradaram a China - os jornais locais chegaram a chamar Trump de "ignorante como uma criança". Isso porque o recém-eleito presidente dos EUA já demonstrou que manterá diálogos com Taiwan, considerada uma província rebelde e separatista por Pequim, e negociará novos termos comerciais com a potência asiática. Uma das medidas sugeridas por Trump é a de impor tarifas a produtos chineses para "garantir as mesmas condições" no comércio, o que pode provocar retaliação chinesa.
6. Como deve ficar a nova configuração mundial do poder?
(Dominick Reuter/Reuters)
Apesar das mudanças sugeridas por Trump terem capacidade de impactar vários outros países, principalmente os parceiros históricos dos EUA, como a Europa, os especialistas entrevistados pela agência ANSA acreditam que o impacto será temporário e limitado, sem capacidade para alterar completamente o cenário mundial.
(Com ANSA)
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