O prefeito municipal de Parnaíba, ainda inconformado com a derrota sofrida em 02 de outubro, contrata advogado renomado para pedir a cassação de Mão Santa.
Prefeito eleito de Parnaíba, Mão Santa e o atural prefeito de Parnaíba, Florentino |
Quem veio a Parnaíba para elaborar a petição foi o renomado advogado Marlon Reis, que representará o Prefeito Florentino Alves Veras Neto em ação de investigação judicial por abuso do poder econômico contra Mão Santa, eleito no último pleito para o cargo de prefeito de Parnaíba. Marlon Reis é um advogado de expressão nacional tendo ficado bastante conhecido por haver liderado a campanha nacional de mobilização que deu origem à Lei da Ficha Limpa. Foi coautor, com o também Jurista Luiz Flávio Gomes, da tese aceita pelo STF para determinar o afastamento do presidente do Senado, Renan Calheiros. Reis foi juiz de direito no Maranhão por 19 anos, até pedir exoneração com o objetivo de se dedicar à advocacia em matéria eleitoral e partidária. Entre 2008 e 2009, foi juiz auxiliar da Presidência do Tribunal Superior Eleitoral.
Marlon Reis, patrocinador da ação que pede a cassação do prefeito eleito de Parnaíba, Mão Santa. |
Aos fatos:
Ora, todos sabem como foi a vitória de Mão Santa em Parnaíba. O valor de R$ 33.007,95 gastos na campanha e alegado na petição de que seria muito pequeno para o tamanho da cidade, quem acompanhou sabe que esse é um valor compatível, pois o candidato eleito só fez um comício no dia do encerramento e em cima de um caminhão. Não tinha cartazes, apenas santinhos com seu número sem foto para ser mais bataro e só ele mesmo é que distribuía em suas caminhadas diárias apertando a mão e pedindo para comparecerem a reunião quer fazia todas as noites usando as calçadas das casas como palanque. Não teve marqueteiro caro vindo de fora, o marqueteiro era ele mesmo. Não teve carreatas, tinha caminhada todo dia de manhã e de tarde e a noite reunião no meio da rua.
Até o dia da convenção (05 de agosto) que definiu a candidatura de Mão Santa, ele só contava com o apoio do seu próprio partido, o Solidariedade. Na última hora, no apagar das luzes, o PSL, insatisfeito com os rumos da coligação a que faria parte, abandonou a convenção que lançou Gerivaldo Benício e foi para o ginásio onde estava sendo feita a convenção do Solidariedade e fizeram uma coligação que foi vitoriosa.
Assim foi a campanha, abraço e aperto de mão e um santinho para lembra o número. (Foto: Bruno Santana/Tribuna de Parnaíba) |
Pode perguntar a qualquer parnaibano: Quanto Mão Santa gastou nesta eleição? As pessoas irão responder sem pestanejar: gastou o valor de uma “meia-sola” de sapato. Mão Santa deu uma lição de como se fazer campanha eleitoral. Nos últimos dias, depois que o povo abraçou sua campanha, onde ele chegava o coro era um só “O campeão voltou!, o campeão voltou!”.
Mão Santa sabia de antemão, que pela redução do tempo de campanha determinado pelo TRE, venceria a Prefeitura quem já tivesse um nome conhecido, consolidado e soubesse agregar os votos da oposição ao prefeito e ao PT, pois sabia-se que muitos não votariam em Florentino pelo fato da sua filiação partidária. O prefeito Florentino Neto entrou na campanha já derrotado, mas alguém precisava juntar o voto das oposições para vencê-lo e coube a Mão Santa esta missão. O prefeito ainda tentou fazer uma leitura disso agregando mais de 20 partidos, centenas de portarias da prefeitura e do estado foram distribuidas para reverter o quadro, só não esperava era que os candidatos ao pressentirem a derrota do seu candidato majoritário passaram a pedir votos apenas pra eles mesmos, deixando o candidato entregue ao seu destino.
Uma prova inequívoca de que o prefeito sabia da derrota foi quando o Deputado Estadual Robert Rios, dias antes da eleição, disse que Florentino havia feito várias pesquisas e em todas elas era derrotado por Mão Santa. Robert Rios ainda disse quem havia lhe passado a informação, o seu colega de Assembleia e que estava no palanque de Florentino, Dr. Hélio Oliveira. Até hoje, passados mais de dois meses da eleição, ninguém desmentiu Robert Rios, o que nos leva a crer que a informação era verdade. Acrescente-se a isso a pesquisa encomendada pelo prefeito ao Amostragem e que deveria ser divulgada na véspera da eleição, dia 01 de outubro, mas foi engavetada, pois os números eram desfavorável ao prefeito, segundo dizem. Para provar esta tese, basta requisitar as pesquisas feitas pelo Instituto Amostragem. Alí está a prova da licitude do pleito.
Florentino tem todo direito de espernear (jus esperniandi), mas deveria mesmo era fazer uma reflexão sobre as causas de sua derrota.
Por José Wilson | Jornal da Parnaíba
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