A presidente brasileira, Dilma Rousseff, candidata do PT, foi reeleita por uma apertadíssima margem sobre o adversário, Aécio Neves, do PSDB, e pediu a união e o diálogo, após a eleição mais renhida da história recente do Brasil.
"Minhas primeiras palavras são de um chamado à paz e à união", disse Dilma, em Brasília, no discurso da vitória, vestindo roupa branca, assim como seu padrinho político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Dilma também se comprometeu a reativar a economia, paralisada, impulsionar uma reforma política e ao "combate à corrupção, fortalecendo as instituições de controle e modificando a legislação atual para acabar com a impunidade" em seu governo, sob críticas pelo desvio de dinheiro da Petrobras.
Investigações dão conta de que o PT foi questionado duramente por vários escândalos de corrupção, o último deles na Petrobrás, no âmbito do qual foram denunciados superfaturamentos milionários em contratos de várias construtoras para financiar o PT e outros partidos, bem como legisladores aliados.
Em depoimento à Justiça o doleiro Alberto Youssef, afirmou que tanto Lula quanto Dilma sabiam da corrupção na Petrobrás, o que é taxativamente negado por ambos.
O senador Aloysio Nunes foi à tribuna do Senado dizer que não aceita a proposta de diálogo na forma feita pela presidente reeleita Dilma Rousseff: “logo ela que transformou as redes sociais em um esgoto fedorento para destruir adversários. Foi isso que fizeram. Não diga a candidata Dilma que não sabia o que estava acontecendo. Todo mundo percebia as insinuações que fazia nos debates e os coros nos debates sociais, dizendo que o Aécio batia em mulheres, era drogado. Quem faz isso não tem autoridade moral para pedir diálogo. Comigo, não. Estende uma mão e, com a outra, tem um punhal para ser cravado nas costas”. Completou o senador: “Não faço acordo. Não quero ser sócio de um governo falido e nem cúmplice de um governo corrupto”.
O advogado e professor universitário Rodrigo Mezzomo, representante do movimento “Endireita Rio”, manifestou-se criticamente ao pedido de paz da presidente Dilma: “A reconciliação é absolutamente impossível. Nossas visões de mundo são distintas. Seus heróis são ditadores. Seus companheiros de partido estão presos na Papuda por corrupção. O PT nos levou o ódio, o rancor. O PT nos dividiu de todas as formas. Nos dividiu pela cor de nossa pele, nos dividiu pelo sexo, nos dividiu até mesmo pelo lugar de nascimento. O PT nos levou à inflação, à carestia. O PT nos levou à corrupção, ao aparelhamento do Estado. O PT nos levou à inflação, à estagnação econômica. Porque quer agora a reconciliação?”. A íntegra do seu depoimento pode ser acessado:http://movimentoordemvigilia.blogspot.com.br/2014/11/dilma-nao-havera-conciliacao-dr-rodrigo.html
Mas, nem todos rejeitam o diálogo, Felipe Miranda analista da Empiricus, uma casa independente de análise de investimentos, baseada em São Paulo, escreveu uma carta à Presidente Dilma (http://www.empiricus.com.br/posts/vida-de-investidor/carta-a-presidente-dilma/) onde cita um trecho: “Mentiras sinceras me interessam. Então, cá estou eu aceitando sua proposta ao diálogo, ingenuamente crédulo na disposição em ouvir vozes dissonantes, para além, claro, da militância, da imprensa comprada pelas estatais e dos que já compactuam com a presidente. Afinal, diálogo, em oposição ao monólogo, supõe a coexistência de duas lógicas diferentes”. É bom ler a carta toda...
Após amargar as derrotas em 1989. 1994 e 1998, Luis Inácio Lula da Silva, nas eleições de 2002, foi levado à cena política pelo marqueteiro Duda Mendonça na versão “paz e amor”, bem diferente do Lula combativo e sisudo das eleições em que perdeu. A estratégia convenceu, deu certo! O marqueteiro João Santana parece enveredar pelo mesmo caminho d’antes. A eleição já está garantida, agora é a busca da pacificação com a sociedade e a base política que negou o voto à Presidente.
A busca do diálogo parece não ter soado bem ou há desconfiança?
Pedro Cardoso da Costa de Interlagos/SP, Bacharel em Direito, pontificou: “Sinceramente, nesse processo eleitoral nada foi mais chato do que a aparição da presidente eleita com seu pedido de diálogo. Logo ela, rainha de todos os ataques contra seus concorrentes. No mínimo, soou meio deboche aos derrotados ou cinismo de sua parte. Sua expressão assemelhava-se à de uma adúltera ao lado do amante e do marido, com juras de amor ao esposo”.
Concluo usando uma citação de René Descartes: “Hoje, não poderia conceder demais à minha desconfiança, visto que, agora, não é tempo de agir, mas apenas de meditar e de conhecer”.
(*) Fernando Gomes, sociólogo, eleitor, cidadão e contribuinte parnaibano.
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