A morte violenta de dois empresários parnaibanos com forte desempenho no turismo deve abrir dentro dos próximos dias, passados os momentos terríveis da tragédia, uma especulação de como tem se portado este ramo da economia e de como e até como se pode absorver e gerar investimentos e por consequência mão de obra a médio e longo prazos fora outras situações a ele ligadas. O serviço de turismo ofertado nesta região do norte piauiense ainda padece de qualidade e variedade. Isto ninguém pode levantar dúvidas.
As poucas empresas que estão instaladas e desempenhando esta atividade, incluindo as duas que acabam de perder seus executivos, trabalham com escassez de capital e numa faixa muito curta de tempo, praticamente com apenas o pico atingindo seis meses, o que quer dizer juntando os dois meses no começo, mais dois na metade e mais dois no final do ano. O Piauí tem pouco, pouquíssimo mesmo, a mostrar se comparado aos outros oito estados do Nordeste. O turismo ofertado por aqui tenta a todo custo se adequar dentro o círculo, mas ainda falta profissionalismo.
Esta situação tão terrível ocorrida logo agora nesse início de semana foi de certa forma o desdobramento de uma crise de ajustes, quando há uma acirrada concorrência para um serviço tão disputado. Há de certo uma disputa muito áspera entre as empresas que praticam e investem neste mercado. E como toda oferta de produtos e serviços não se pode dizer que no turismo possa ser diferente. Este ocorrido abre uma brecha, um buraco muito grande neste muro até então difícil de escalar. Deixa à mostra até que ponto estas empresas, algumas e outras não, procuram se modernizar dentro do complexo.
Quando se abrir dentro de mais alguns dias esta caixa preta ainda perdida ali na cena do crime do Porto das Barcas, a sociedade vai saber como estas empresas trabalham, o que oferecem, os investimentos feitos, o perfil e as possibilidades de crescimento de cada uma assim como as expectativas para a oferta de trabalho dentro de um espaço limitado onde a maioria, se não todas, ainda conserva e por necessidade, o rótulo de empresa familiar. De certa forma que a partir de agora vamos observar mais atentamente o desempenho dessas empresas.
E me causa preocupação até que ponto os tantos estudantes de cursos de turismo em Parnaíba devem estar acompanhando este ocorrido dentro deste nosso tão recente segmento econômico. Que lições eles poderão tirar a partir de agora com a carreira quedentro em breve devem estar atuantes. Até que ponto nossa região, esta ainda reserva dentro do Nordeste, tem condições de se transformar numa nova praça turística, atraente, diferente e sustentável? Estamos nós entrando numa crise ou esse ocorrido pode ser considerado um ponto isolado?
Pádua Marques ( Escritor)
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