quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Parnaíba vai perder dinheiro com a paralisação nacional dos caminhoneiros

Ainda não dá pra calcular na ponta do lápis depois de oito dias de paralisação quanto em dinheiro a Parnaíba está perdendo com esta paralisação nacional dos caminhoneiros. Mas isso é coisa que somente o tempo e os comerciantes, industriais e outras categorias empresariais hão de fazer. Os caminhoneiros estão exigindo entre outros benefícios, a redução do preço do óleo diesel, situação de conservação das rodovias, mais segurança, jornada de trabalho e reclamam do baixo valor do frete.

A categoria reivindica também a sanção sem vetos pela presidente Dilma Rousseff da Lei dos Caminhoneiros. Esta lei aprovada no ano passado que prevê um, vamos dizer, refresco na jornada de trabalho pra um total de doze horas, ao contrário das atuais dez horas, assim como a regulamentação de horas de descanso. Depois de oito dias de paralisação completados nesta quarta-feira o Governo Federal já sinalizou que quer dialogar com a categoria, mas a conversa não inclui na pauta a questão do combustível.


Disso o Governo Federal não abre nem pro trem carregado de dormentes. A Advocacia Geral da União já ingressou com ações na Justiça Federal pelo menos em sete estados: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, os mais ricos, pedindo a suspensão dos bloqueios de rodovias sob pena de pagamento de multa de cem mil reais pra cada hora de interrupção ocorrida. A coisa está ficando feia pra todo mundo.

Transportando a confusão pras bandas de cá, pra um estado feito o Piauí, um estado miserável, que depende de um tudo dos outros, desde o esmalte de unha até o shampoo pra o cabelo, passando pelo gás de cozinha, gasolina, banana, laranja, arroz, feijão, ventilador, tecidos, frango, carne de porco, farinha de mandioca e outras coisinhas mais, a paralisação dos caminhoneiros acaba de afundar a estrada que vai dar pra estas bandas. O Piauí, mal comparando, é igual à Suíça, importa tudo e tudo o que chega aqui chega em cima de caminhão. Seu parque industrial, se é que alguém aqui sabe lá o que diabo é isso, produz o mínimo do nada. Fica assim um estão dependente.

Os caminhoneiros estão cobertos de razão. Porque em muitas das vezes, vamos dizer a verdade, eles trazem a carga pra esse fim de mundo da Parnaíba e na volta ficam no prejuízo porque daqui sai pouca coisa pra fora. E os coitados não vão dar uma viagem dessas e voltar pra estrada com as mãos abanando! Tem caminhão pra pagar a prestação, mulher e filhos pra dar de comer, frete, despesa de viagem e vez por outra até molhar a mão de algum funcionário público da Secretaria de Fazenda pra fazer vistas grossas diante de algum negócio ilícito.


Antônio de Pádua Marques, autor do artigo
Nesse rosário de iminente dificuldade ou eles ficam caturando cargas de menor valor ou saem aventurando num pinga-pinga aqui e mais ali. Não é brincadeira pra menino não senhor! Pense comigo. Agora se dana no mundo um caminhoneiro lá do Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina, com cargas de frango congelado, melancia, carne, arroz, geladeira, sorvete, móveis e tantos outros produtos pros lados de cá sem saber se na volta leva alguma coisa. Fora os transtornos de enfrentar estradas de péssima qualidade. Porque o Piauí continua no ranking brasileiro como tendo as estradas mais esburacadas e mal traçadas. No Piauí as cidades com maior capacidade de consumo estão longe umas das outras: Picos, Floriano, Bom Jesus, a capital Teresina, Campo Maior, Piracuruca e a Parnaíba. Essa, na ponta do gargalo da garrafa. Porque o Piauí, se a gente olhar bem, mais parece uma garrafa pet amassada.


Por Antônio de Pádua Marqu

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