Dilma esteve com Graça Foster, a ainda presidente da Petrobras, nesta terça-feira e tomou uma decisão que deveria ser apenas óbvia. Ocorre que ela é, antes de mais nada, tardia: vai demitir Graça e toda a diretoria da estatal. Ora vejam! Então a soberana se mexe. É uma pena que o faça depois do derretimento das ações na Bolsa de Valores. A simples notícia de que a presidente da empresa vai sair fez com os papéis da Petrobras tivessem uma alta de 15%, o correspondente, em valor de mercado, a R$ 16,59 bilhões. Em um único dia!
Graça fica no cargo até que Dilma consiga encontrar um novo presidente. Na verdade, haverá dificuldade para recompor toda a diretoria. Também não está fácil encontrar nomes para o Conselho de Administração. Todos temem o monstro que se esconde na caixa-preta. A qualquer momento, podem se ver engolfados por um processo judicial.
Lula quer que Dilma nomeie Henrique Meirelles. Os petistas são mesmo engraçados em sua falta de graça. Em 2003, precisavam de alguém que não fosse nem se parecesse com um petista para o Banco Central. Chegaram ao próprio Meirelles, que volta a ser cogitado para nova missão. Em 2015, mais uma vez, era preciso escalar um perfil que fosse o avesso do petismo para inspirar um mínimo de credibilidade. E lá foram eles atrás de Joaquim Levy.
Meirelles é um bom nome? Depende do que se quer dizer com isso. Está ligado àquela maquinaria infernal que dominou a estatal, que soma sindicalismo, petismo e gangsterismo? Não! Mas é evidente que não entende nada na área, um caminho certo para ser tragado pelos meandros da burocracia da gigante.
De imediato, é fato, haveria, vamos dizer, um surto de otimismo, e certamente uma nova valorização expressiva das ações. Ocorre que Meirelles não está entre os prediletos de Dilma. Lula já tentou emplacá-lo como ministro da Fazenda, mas não conseguiu.
As dificuldades que se anunciam para a empresa são imensas. Nesta terça, foi a vez de a agência de classificação de risco Fitch rebaixar a nota da Petrobras, de “BBB” para “BBB-“. No dia 30, a Moody’s fez a mesma coisa: de “Baa2” para “Baa3”, seguindo os passos da Standard & Poor’s, que considera a empresa “BBB-“ desde 24 de março do ano passado.
Atenção: nas três agências, a Petrobras está no último degrau do chamado “Grau de Investimento”. Acima dessa posição, para vocês terem uma ideia, há nove outras. Se cair mais uma, então a estatal brasileira passa para o “grau especulativo”, em que estão as empresas com dificuldades para pagar as suas contas. Aí se tem o pior dos mundos.
Graça vai sair com toda a diretoria. Isso é bom! O problema é que, até agora, ninguém com um mínimo de seriedade aceita o cargo.
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