Após ter sido informado que o show não poderia ser realizado, o Bar do Tom tentou uma solução mudando o nome do espetáculo (não mais “Tributo a Tim Maia”) e o repertório (retirando as canções compostas pelo artista). Depois, porém, preferiu o cancelamento.
— A imagem do artista não pode ser usada sem autorização, e havia uma foto de Tim num cartaz — explica Eduardo Senna, advogado de Carmelo. — O herdeiro também determinou que nenhuma composição do Tim fosse interpretada. Tenho certeza que se a autorização fosse pedida antes, não teria havido nenhum tipo de problema.
Proibições são comuns
O advogado argumenta que não há uma predisposição por parte de Carmelo em impedir homenagens ao pai:
— Toda homenagem é bem-vinda. Carmelo é o maior interessado em que as músicas de Tim circulem. Mas quando o titular do direito não se sente respeitado como gostaria, as bases da conversa mudam. Não houve, porém, demérito da produção (que alegou não saber ser necessária a autorização, imaginando que bastaria para a realização do show o pagamento dos devidos diretos autorais ao Ecad). Houve um ruído. Fica a lição para o mercado de que quem quiser fazer um tributos precisa ter a autorização dos titulares.
A censura a homenagens e biografias por parte de herdeiros está se tornando uma prática comum na área cultural, amparada pelos artigos 20 e 21 do Código Civil. Biografias como “Estrela solitária”, de Ruy Castro, e “Sinfonia Minas Gerais”, de Alaor Barbosa, foram retiradas de circulação por ação dos familiares de Garrincha e Guimarães Rosa, respectivamente. Em 2006, o autor e diretor de teatro Flavio Marinho teve que trocar um personagem do musical “Cauby! Cauby!” porque Pery Ribeiro, filho de Dalva de Oliveira, não apreciou a forma como a mãe foi retratada no palco.
Nas artes plásticas, é frequente o impedimento de que obras sejam reproduzidas em catálogos (como já aconteceu com Alfredo Volpi, em 2009) ou exibidas em exposições (a família de Lygia Clark não permitiu, entre outros episódios, que “Caminhando” estivesse na Bienal de São Paulo de 2010).
Fonte: Extra
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Esses comentários não refletem a opinião do Blogueiro.