Não foi simplesmente um apagão de energia o que houve no litoral do Piauí durante 14 horas, cobrindo de escuridão parte da noite de segunda e parte da madrugada de terça-feira de carnaval. Houve um apagão de competência da Eletrobrás Piauí, uma empresa cujo esmero em piorar não tem paralelo na história do estado. Em nota oficial, a Eletrobrás informou que o blecaute decorreu da queda de três postes de uma linha de transmissão. A queda foi causada pela obra de um condomínio. A empresa responsável pela obra fez escavações nas proximidades das estruturas (postes) da rede de alta tensão em 69 mil volts, conhecida como alimentadores – ou seja, que faz o transporte da energia em grande quantidade para as redes de distribuição. Com os ventos fortes, os postes tombaram, o que resultou no desligamento. A Eletrobrás Piauí pode tentar se eximir da responsabilidade, já que o evento nada tem a ver com manutenção ou, como gostam de dizer os engenheiros eletricistas, outras impedâncias, mas isso não cola. O correto seria a empresa ter atuado para que não houvesse qualquer interferência na faixa onde passa a sua linha de transmissão ou, havendo, a tal obra deveria ter rígido acompanhamento de pessoal da estatal. Mas nada disso foi feito e se nada se fez, depreende-se que houve inépcia, negligência e omissão, o que causou um enorme prejuízo financeiro para empresas e pessoas físicas e para a própria Eletrobrás Piauí, que agora poderia, ao menos, processar a construtora que causou o dano, para salvar o pouco que resta de imagem positiva da companhia. Não custa repetir, o problema do turismo no Piauí é de gestão. Falta gestão.
Fonte e foto: Portal AZ
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