Dois integrantes da CPI que investiga as ligações do bicheiro Cachoeira com políticos e empresas deram explicações, nesta sexta-feira, sobre o encontro que tiveram, em Paris, com o então presidente da construtora Delta. A empreiteira está envolvida nas denúncias investigadas pela comissão.
Foi já no fim da sessão desta quinta-feira (14) da CPI que o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) apresentou um requerimento, pedindo informações sobre uma viagem oficial de deputados e senadores a Uganda, na África.
Segundo o deputado, na viagem de volta do país africano, parlamentares passaram por Paris e teriam se encontrado com Fernando Cavendish. Isso caracterizaria o que ele chamou de "tropa do cheque", criada para defender o ex-diretor da Delta, que esta quinta-feira teve sua convocação adiada.
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“Vou procurar saber se, pela época da Semana Santa, alguns estavam voltando por Paris. E procurar saber se almoçaram com Fernando Cavendish. E, entre esses, se algum participa desta comissão. E, se for mais de um, se o voto foi decisivo para o resultado contrário à convocação de Cavendish”, afirmou ele.
Dois parlamentares, que voltaram da viagem oficial a Uganda via Paris, fazem parte da CPI do Cachoeira e confirmaram que estiveram com Cavendish na capital francesa.
O deputado Maurício Quintella Lessa, do PR de Alagoas, e o senador Ciro Nogueira, do PP do Piauí, disseram que o encontro com Cavendish foi casual, em um restaurante.
Em nota, Quintella diz que ao ver Cavendish no restaurante, não sabia de quem se tratava e afirma que o ex-diretor da Delta foi cumprimentado por Ciro Nogueira, de quem é amigo.
Quintella destaca também que é autor de um requerimento de convocação de Cavendish, e que votou a favor da quebra de sigilo da Delta nacional e no Centro-Oeste.
O senador Ciro Nogueira disse que a polêmica em torno da viagem é absurda. Por telefone, disse que não defende a Delta na CPI porque votou a favor da quebra de sigilo da empresa, e que é favorável ao depoimento de Cavendish, mas não agora. Nesta quinta-feira, ele votou pelo adiamento da convocação do empresário.
“Será que o doutor Fernando Cavendish vai chegar aqui e vai falar, vai entregar qualquer tipo? Não vai. Ou nos preparamos para a arguição dessas pessoas, ou nós vamos ser desmoralizados. Está na hora de nos preparamos”, disse.
Para o deputado Miro Teixeira, a atuação do senador na CPI está comprometida: “a suspeição pode ser arguida por algum partido. Eu te confesso que eu prefiro sempre que o próprio parlamentar avalie. Que a opinião pública julgue”.
COM INFORMAÇÕES DO G1
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