Engenheiro civil da Força Aérea Brasileira, Luiz Felippe Dias de Andrade Monteiro morreu em fevereiro deste ano devido a um acidente vascular cerebral.
Aos 83 anos, o militar sofria de uma doença crônica e queria ser congelado para ajudar a ciência a descobrir a cura de seu mal.
Como a decisão não foi escrita antes de sua morte, a família vive em uma constante briga: a filha do segundo casamento de Luiz, Lígia Monteiro, acatou a última vontade do pai e pretende levar o corpo para os Estados Unidos, onde uma empresa faria a criogenia; as filhas que moram no Rio Grande do Sul querem o sepultamento no jazigo da família em Canoas.
A Justiça deu razão à Lígia, que está endividada pelo gasto diário de R$900 para manter o corpo congelado:
- Já gastei todo meu dinheiro. Recursos que usaria para comprar um apartamento e tirei da poupança. Estou devendo à funerária. Cheguei a oferecer duas passagens por ano para que minhas irmãs visitassem o corpo do meu pai nos EUA, mas elas não aceitaram. E ainda entraram com uma ação de danos morais por causa da situação. De qualquer maneira, tudo vale a pena. Quero honrar a vontade do meu pai, que acreditava muito na evolução da ciência. Tudo que tenho devo a ele.
Filha do primeiro casamento, Carmem Trois informa sua opinião:
— Eu sinto que são quatro meses de desrespeito. Ele era uma pessoa que prezava os rituais. Em momento algum, nos disse que gostaria de ser congelado. Acredito que uma palhaçada dessa natureza nunca sairia da cabeça dele.
Enquanto a decisão final não é tomada, o corpo de Luiz Felippe é conservado por uma funerário no Rio de Janeiro em caixão de zinco resfriado por gelo-seco.
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