O deputado federal Marcelo Castro (PMDB) respondeu hoje (24) as declarações do promotor Eliardo Cabral. Castro afirmou que irá processar Eliardo pela declaração de que ele seria o figurão do PMDB envolvido no Caso Fernanda Lages. Marcelo Castro cobrou que o promotor provasse sua participação em suposto "bacanal".
Fotos: Thiago Amaral/Cidadeverde.com
"O doutor Eliardo vem dizendo que tinha um figurão que estava envolvido, pessoa importante, mas não disse quem era. Disse que esse figurão era do PMDB. Ele não disse quem era. Hoje ele disse. Ele disse que esse figurão tinha chácara em Nazária, que fazia bacanais, que esse figurão tinha enfiado uma garrafa plástica na vagina de uma mulher. Esse figurão agora sou eu. Ele vai ter que provar se eu já fiz algum bacanal em minha vida, se eu já enfiei alguma garrafa plástica na vagina de uma mulher", afirmou, em entrevista ao Jornal do Piauí.
Marcelo Castro explanou vários pontos sobre declarações anteriores do promotor.
"As coisas que doutor Eliardo já disse a respeito desse acontecido, desse fato. As pessoas têm que ter o mínimo de responsabilidade para poder provar. Um promotor de Justiça deve ter responsabilidade. Ele disse que a tese de suicídio estaria inteiramente afastada. O perito, que é médico e fez concurso, disse que não está afastada. Depois disse que afastava hipótese de crime passional. No dia seguinte o advogado da família disse que uma hipótese seria crime passional. O advogado deve ter informações. Depois disse que a Fernanda foi morta por queima de arquivo, que sabia demais e se tornou uma pessoa perigosa para certas pessoas e que estaria envolvida com tráfico internacional de mulheres. Chegou a dizer que ela teria tirado passaporte e depois a polícia disse que não. Disse que a Fernanda teria sido drogada, que ela sofreu um apagão e ela não teria condição de subir 12 lances de escada. Aí vem o perito e disse que não. Que ela não tinha tomado nenhuma droga a não ser álcool. Ele afirma as coisas sem nenhuma base. As coisas vem à cabeça dele e ele fala. A pessoa inconsciente desmaia, perde o tonus muscular. Como a pessoa está desmaiada e pode dirigir? Ela tinha bebido como as pessoas fazem, mas lúcida e em condições de subir as escadas. Nós vamos ver, no futuro, o que ele vai conseguir provar dessas coisas todas. Ela não estava drogada, não sofreu apagão, o perito disse que ela pudia subir as escadas, que havia tráfico internacional de mulheres, que ela tinha participado de orgias, bacanais", afirmou.
O deputado declarou também que já ouviu informações de que Eliardo estaria se favorecendo, "ganhando muito dinheiro com essa popularidade, na igreja dele".
Castro tentou não comentar declarações sobre a participação de seu sobrinho, Jivago Castro, mas disse que Jivago foi envolvido no Caso Fernanda a partir de notas e matérias publicadas pelo jornalista Arimateia Azevedo sobre o caso.
"Não quero entrar nessa questão do Jivago, mas não posso calar. Arimateia disse que teria sido Jivago. Jivago apresentou álibi perfeito: as câmeras da televisão do apartamento dele. Se ele não precisava estar na cena, o que se pode fazer. No dia 28 de agosto, quando ninguém falava em nada, ele [Arimateia] disse que um engenheiro era assassino. No dia 30, ele disse que esse engenheiro era de família influente e no dia 31 ele disse o nome do Jivago. Você pode vasculhar todos os portais de Teresina, não tem nada escrito. Tudo saiu primeiro lá no portal do Arimateia e depois saiu nos outros. Eliardo vai para a tv e diz quem é e não diz o nome do Jivago, mas descreve um paletó que só cabe no Jivago. Você nesse lugar, se ele dissesse que sabia quem era ficaria em casa esperando ser preso? Se me acusam eu devo procurar uma pessoa que tenha experiência, um advogado criminalista. Isso é um pesadelo que está passando na sociedade piauiense, que é uma sociedade sadia, cristã, e que a verdade vai sair a tona, vai desmascarar toda essa hipocrisia, toda essa canalhice. Estamos do lado da verdade e a verdade vai nos proteger. Uma hora sai e nós um dia vamos saber", finalizou.
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