sábado, 24 de março de 2012

Corpo de Chico Anysio é velado no Theatro Municipal, no Rio



José Raphael Berrêdo e Janaína Carvalho
 Do G1 RJ

Bruno Mazzeo e Nizo Neto (Foto: José Raphael Bêrredo/jG1)
Bruno Mazzeo e Nizo Neto, filhos do comediante,
chegam ao Centro do Rio
(Foto: José Raphael Bêrredo/jG1)
O corpo do humorista Chico Anysio é velado na manhã deste sábado (24) no Theatro Municipal, no Centro do Rio. Os atores Bruno Mazzeo e Nizo Neto, filhos do humorista, estão entre os primeiros a chegar ao local. Pela manhã, o velório será restrito a amigos e familiares de Chico Anysio. Segundo o advogado da família, Paulo César Pimpa, às 12h, a cerimônia deve ser aberta ao público.
O corpo de Chico Anysio deixou o Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul, por volta das 5h40 deste sábado (24). O humorista faleceu na tarde de sexta-feira (23), no Samaritano, onde estava internado havia três meses. Ele teve uma parada cardiorrespiratória, causada por falência múltipla dos órgãos, decorrente de choque séptico causado por infecção pulmonar.
Elymar Santos (Foto: José Raphael Bêrredo/jG1)
Elymar Santos se emociona ao falar do humorista
(Foto: José Raphael Bêrredo/jG1)
O cantor Elymar Santos chegou cedo ao velório. "Perdi um pai. Tínhamos uma linda história. O mundo tinha dois gênios. Chaplin e Chico. Perdemos o segundo. Ele gritava para o mundo que eu era o filho dele. Foi o pai que eu não tive", disse emocionado o artista.
Também prestam as últimas homenagens o irmão do humorista, o diretor Zelito Viana; os sobrinhos, o ator Marcos Palmeira e a diretora Cininha de Paula, sua filha, a atriz Maria Maya; as atrizes Marília Pêra, Glória Pires e Juliana Didone; o ator Emilio Orciollo Neto, entre outros.
"Ele (Chico Anysio) e Paulo Autran foram dois gênios da arte de interpretar, que se foram. Achava  impressionante a capacidade dele de fazer tudo. Tinha uma linda voz e escrevia, atuava, dirigia, pintava e compunha. Ele foi um gênio realmente, ele foi um Chaplin. Agora, com a morte dele, que vamos ter a real dimensão do que é Chico Anysio. Ele era extremamente generoso, um homem escondido atrás de um mau humor, que na verdade era uma casca para se defender de algumas pessoas que não tinham noção da delicadeza dele", disse a atriz Marília Pêra.
"Saudade imensa. Era um amigo", disse o ator Marcius Melhem.
Alcione Mazzeo e Sílvia Bandeira (Foto: José Raphael Bêrredo e Janaína Carvalho/G1)
Muito emocionada, a ex-mulher de Chico, Alcione
Mazzeo, diz que ele lutou muito pela vida
(Foto: José Raphael Bêrredo e Janaína Carvalho/G1)
A ex-mulher de Chico, Alcione Mazzeo, chegou bastante emocionada ao velório. "O país fica mais pobre, o humor e a gente. A lembrança que ele deixa é ter lutado pela vida e ter dado alegria a todo mundo. Ele foi um dos melhores atores do país e o maior humorista do mundo. Não tem uma pessoa que tenha feito tantos personagens como ele", disse a ex-mulher enfatizando o quanto ele lutou pela vida.
"Até o final ele lutava, quando já ia de cadeira de rodas gravar, mas ele ia cheio de projetos".
Já a atriz Glória Pires disse que não há palavras para expressar a perda. "O trabalho do próprio Chico fala por si só. A obra dela diz mais do que qualquer outra coisa. Vamos usar o Youtube para vê-lo e matar a saudade", comentou a atriz, filha do humorista Antônio Carlos, que durante muitos anos trabalhou com Chico.
"Chico foi um artista singular. Exemplo de ser humano que ajudou muita gente, muitos artistas. Nunca competiu com ninguém. Tenho certeza de que será recompensado por isso. O personagem do professor Raimundo deixava os outros brilharem. Fazia uma escada para outros humoristas. E o exemplo da generosidade que tinha com o ator. Me lembro de esquecer a fala e ele dar uma deixa para ajudar. É um exemplo de generosidade que imitasse e tomasse como ensinamento", disse o ator Tim Resvala.
"Saudade, ele era meu amigo. Ligava para saber o que eu estava fazendo, até da minha vida. Foi meu mestre, meu padrinho. Muita dor", falou o também humorista Leandro Hassum.
"Ele e um gênio que vai ficar para sempre. Os personagens e a história dele vão ficar para sempre. Tenho milhões de lembranças dele. Na minha infância gostava do Azambuja. Ele se transformava de cara limpa", comentou o diretor Boninho, que chegou acompanhado da mulher, a atriz e apresentadora Ana Furtado.
Para o humorista Marcelo Madureira, Chico era único. "Quebraram a forma. Tem outros bons, mas os grandes são um de cada tipo. Por isso essa comoção toda. Era um grande contador de histórias. Viveu muito, com grande intensidade. Ele praticamente foi o criador do humor na televisão no Brasil. Gosto muito do Bozo, Tavares, Pantaleão. São muitos. Esses grandes artistas não morrem. Ficam vivos na obra."
"Um dia me fizeram uma pergunta. Me perguntaram com era ser sobrinha do Chico Anysio. Respondi que era privilégio de poucos", lembrou a diretora Cininha de Paula.
"É uma grande perda, mas ele vai ficar conosco para sempre", disse a atriz Natália Thimberg, no velório.
"Era um grande profissional, nunca atrasava. Isso é muito raro. E tinha um talento eclético também. Sabia fazer rádio e televisão", comentou Juca Chaves. 
"Chico era a grande referência para os humoristas do Brasil. Gostaria muito do Coalhada jogando no Tabajara Futebol Clube", brincou Hélio de La Peña, do humorístico Casseta & Planeta.
"Um gênio. Nunca houve nada antes dele nem haverá depois", falou a atriz Arlete Salles.
Cremação
Segundo Pimpa, o corpo de Chico Anysio será cremado no domingo (25), no Cemitério do Caju, na Zona Portuária do Rio, mas ainda não há informação sobre o horário. O advogado explicou que a família aguarda a chegada da ex-ministra Zélia Cardoso de Mello e de seus dois filhos, que teve com Chico Anysio. A família mora em Nova York e deve chegar ao Rio nesta manhã.

O advogado Paulo César Pimpa trabalhava para Chico há 15 anos. Ele comentou as últimas internações do ator. “Foi muito triste. É uma angústia. O Chico é um guerreiro”, falou o advogado.
Ao longo de seus 65 anos de carreira, o cearense Chico Anysio criou mais de 200 personagens e foi um dos maiores humoristas do Brasil com destaque no rádio, na TV, no cinema e no teatro.


Fonte: G1
Edição: Wagner Roberto

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