domingo, 13 de janeiro de 2013

B. SILVA: Professor Iweltman, até mais!



Quanta mistura de medo, insegurança, de pedido de socorro, chega-me a cada instante que olho para esta foto! É como se o amigo olhasse no olho de cada um de nós e nos pedisse: "Ajudem-me, eu não quero morrer"! E a gente aqui, impotente, não podendo fazer nada... E não fizemos nada, mesmo. Você se foi, sem um abraço, sem um adeus!
Não vou dizer dos seus exemplos deixados, como estudioso da história da Parnaíba, cidade a quem você entregou um pedaço da sua vida - a pequena Ianne, falecida prematuramente e que de certa forma levou consigo parte da sua alegria de viver. Vais estar com ela, professor, com certeza, abraçando-a quando a saudade daqui se tornar quase insuportável.
Não vou dizer do quanto amavas o bate papo com os amigos, da vontade que acalentavas de um dia poder fazer mais por Parnaíba, o que não foi possível fazer como vereador. Infelizmente fostes vereador de oposição, desempenhando, sim, seu papel de forma brilhante, mas sem o reconhecimento devido de quem poderia ajudá-lo na construção do que pretendias.
Foram duras as batalhas travados consigo, com seus adversários políticos, que não entediam porque um “forasteiro” queria ter tanta visibilidade...Mas Parnaíba foi uma de suas escolhas, daquelas que a gente faz convicto de que há de se lutar para defendê-las.
Ninguém quer morrer, professor. Porque não sabemos o que existe do outro lado da vida. Mas se é do outro lado que estão  os espíritos de luz,  que comungam mais de perto com os desejos de Cristo, certamente fostes levado para um bom lugar.
Mas o que dizer para a dor da saudade? O que fazer para enxugar as lágrimas dos irmãos, dos sobrinhos, da esposa amada, das filhas queridas? O que fazer com estas lágrias que teimam em brotar dos olhos da gente, porque não pudemos sequer apertar sua mão na hora derradeira? E por que você, tão cheio de vida, de sonhos, com 49 anos, apenas?!
É, meu amigo, diante destas coisas é  que a gente vai  se diminuindo, querendo entender porque tantos buscam as formas mais tortas possíveis para se tornarem grandes? Grandes em quê? Se a grandeza está toda neste universo intraduzível que nos consome em segundos de dor?!
Não sei mais o que dizer. Aliás, não tem mais o que dizer. Palavras não lhe trarão de volta, meu amigo. Que Deus mande seus mensageiros buscá-lo com urgência, acomodando-o num local de muita luz. E de lá, possas proteger a gente, dos percalços desta instigante, mas também intrigante vida, quando diante da morte.
Até mais tarde.."Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar"!!!

Professor Iweltman ao lado dos jornalistas F. Carvalho e B. Silva, em 2009, na Associação Comercial

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