Pelas cidades, 'salões de beleza' com luminosos rosa, cheios de funcionárias vestidas de maneira provocante, competem com casas de massagem e companhias pagas de fim de noite, que passam os cartões de negócio por debaixo da porta de quartos de hotel.
O Festival de Cultura Sexual de Guangzhou (na imagem) é um bom exemplo: o público essencialmente masculino do festival reflete o desequilíbrio de gênero do país.
Vendedora cuida de stand que vende bonecas infláveis de látex, no Festival de Cultura Sexual de Guangzhou. De acordo com a mídia estatal, mais de mil empresas chinesas manufaturaram cerca de 70% dos brinquedos sexuais do mundo, gerando US$ 2 bilhões por ano, a partir de 2010
Cantão, China – Chen Weizhou, boquiaberto e transpirando, observava duas bonecas em tamanho real pouquíssimo vestidas com lingeries e meias de renda. Acima dessas megeras de silicone, um vídeo educativo retratava graficamente o quanto elas pareciam reais, depois de despidas.
Chen, motorista de ônibus de turismo de 46 anos, veio no começo de novembro para o Festival Nacional da Cultura Sexual de Cantão "para um pouco de diversão", que não foi como descreveu a intimidade com a esposa, que não compareceu.
"Quando se é jovem, o sexo é tão misterioso, mas depois de casado ele se torna bem sem graça", disse ele, mal desviando os olhos da tela.
Com o tema oficial "sexo saudável, famílias felizes", a décima primeira exposição anual tentou remediar a situação dos homens chineses como Chen – e das esposas, caso sejam casados.
A presença esmagadora de homens no festival espelhava o desequilíbrio demográfico na China, onde décadas de lei de um só filho e de uma preferência cultural por filhos homens, combinadas com abortos ilegais por conta do sexo do bebê, distorceram a taxa de gêneros para 118 meninos para cada 100 meninas em 2012, ao invés dos 103 meninos que seria esperado. Na província de Guangdong, lar de uma população de 30 milhões de trabalhadores migrantes – a maior da China – a escassez de mulheres deixa os pretendentes com poucas opções.
Lotando um centro de exibições aqui na capital de Guangdong, no sul da China, o festival foi um ritual de acasalamento de três dias entre o capitalismo e o hedonismo, tudo diligentemente observado pelo mais pudico dos acompanhantes: o governo chinês.
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