Uaina Eólica da Pedra do Sal |
A única praia de Parnaíba (346 km de Teresina), a Pedra do Sal, tem 8
quilômetros de extensão, fica a 15 quilômetros e uma curiosa divisão que
parecem ser duas praias, uma tranquila, um enseada, onde os pescadores
saem e chegam com seus barcos pintados de cores fortes como amarelo,
azul e vermelho; e a outra de mar de mar bravio, cujas ondas se batem,
revoltadas, contra as rochas, as pedras do sal, e chegam a até 1 metro e
60 de altura. Esse lado da praia de ondas altas é frequentado pelos
surfistas.
O que separa as duas praias tão distintas é um conjunto de rochedos de
granito que avança no Oceano Atlântico e vão de encontro contra as
ondas. Dessa briga dos rochedos contra o mar saiu o nome de batismo da
Pedra do Sal. Quando as ondas avançam suas águas nos rochedos restos de
água ficam depositadas nas pedras, que sob a ação do sol viram sal. Os
rochedos viram pedra do sal.
Os surfistas gostam da Pedra do Sal. Chegam cedo e fazem manobras. “Na Pedra do Sal é o único local do litoral piauiense onde as ondas são constante. É o melhor lugar porque Luis Correia não tem o fundo que tem a Pedra do Sal. Em Luis Correia, as ondas são mais deitadas”, afirma o surfista Patrick Alves, de 25 anos e há 11 anos praticando o surf, que participou do circuitos brasileiro, nordestino e piauiense de surf.
Os surfistas gostam da Pedra do Sal. Chegam cedo e fazem manobras. “Na Pedra do Sal é o único local do litoral piauiense onde as ondas são constante. É o melhor lugar porque Luis Correia não tem o fundo que tem a Pedra do Sal. Em Luis Correia, as ondas são mais deitadas”, afirma o surfista Patrick Alves, de 25 anos e há 11 anos praticando o surf, que participou do circuitos brasileiro, nordestino e piauiense de surf.
“O surf não é apenas um esporte para a gente, é para a vida. O surf
mantém a gente na linha”, falou o surfista e fazendeiro Erick Matter, de
23 anos e 12 anos de prática de surf. Ele afirma que a Pedra do Sal
porque a praia e a Praia do Futuro, de Fortaleza (CE), têm as ondas mais
altas do Nordeste. “É muita adrenalina e neste mar é possível fazer
todas as manobras porque as ondas são altas e poderosas”, diz Erick
Matter.
No lado calmo das águas da Pedra do Sal, os pescadores chegam com
pescadas, bagres, camarões de suas viagens ao alto mar. “Conseguimos
pegar bastantes peixes em pesca realizada durante a manhã. Por isso, nós
somos pescadores”, afirmou o pescador José Damasceno Costa, que pesca
com o pai José Maria de Oliveira Costa.
“O mar mais calmo é bom para os peixes”, falou o pescador Antônio de
Jesus Querido das Meninas, enfiando uma palha nas bocas dos peixes que
ia levar para casa. Assim convivem os que precisam da Praia Mansa e da
Praia Brava, mais propícia para esportes náuticos, como o surf e o
kitesurf.
Na praia existe um farol, construído em 1873 pelo Ministério da Marinha
para orientar os navios sobre os riscos de colisão com as pedras que
adentram ao mar e reaparecem a uma distancia de mais de 1 quilômetro
podendo ser vistas na maré baixa. A praia possui um conjunto de dunas
com lagoas formadas pelas águas das chuvas que ficaram acumuladas.
“Memória” faz tartarugas desovarem no litoral do Piauí
Trinta e seis ninhos de tartarugas foram encontrados no litoral do Piauí
e nesta época do ano os ovos começam a eclodir e os filhotes saem dos
ovos e dos ninhos enterrados na areia com grande dificuldade e percorrem
a praia até encontrar as ondas do mar, que as levam para seu habitat
natural.
As tartarugas desovam nas praias onde nasceram. Os pesquisadores
acreditam que existiu um estuário onde as tartarugas que hoje põem seus
ovos no litoral piauiense nasceram. “Após de 30 a 40 dias da cópula com o
macho, a tartaruga vem depositar seus ovos nas areias da praia que
nasceu”. Os filhotes que nasceram aqui vão para o alto mar, vão
encontrar área de alimentação e vão ficar vagando. São animais
viajantes, que ficam migrando de um trecho para outro’’, diz a bióloga
Kesley Paiva, do Projeto Tartarugas do Delta.
Ela afirma que para os filhotes de tartarugas a caminhada na areia até o
mar é um processo muito importante porque estão captando as informações
e geneticamente conhecem identificar a praia que nasceram.
Os filhotes acumulam as informações sobre a elevação da areia, as
propriedades da praia e outras características do local onde nasceram
para efetuarem, mais tarde, depositarem seus ovos.
“Os filhotes armazenam informações sobre as características físicas e
químicas da areia e na época reprodutiva, as tartarugas retornam ao
local onde nasceram pelas propriedades físicas e químicas da área de
desova. Pode se char isso de memória da tartaruga”, afirma Kesley Paiva.
Há cinco anos, biólogos e engenheiros de pesca do Projeto Tartarugas do
Delta, mantido pela ONG (Organização Não-Governamental) Ilha Ativa, com
patrocínio da Petrobras, têm com o objetivo de conservar as tartarugas
marinhas da região da APA (Área de Proteção Ambiental), em especial nos
66 quilômetros do litoral piauiense.
Os biólogos e estudantes universitários acompanham o processo de
nascimento dos filhotes, cercam a área com fitas e uma bandeira do
Projeto Tartarugas do Delta para a proteção dos ninhos. O projeto tem
dez pessoas.
No ano passado, eles conseguiram soltar no mar 2 mil filhotes. Um ninho
de tartaruga tem uma média de 100 a 120 ovos. Em um ninho encontrado na
praia da Pedra do Sal, em Parnaíba, dos 120 ovos, apenas 16 filhotes não
conseguiram sair sozinhos do buraco. Para ficar adulta, a tartaruga
espera 25 anos e começa a se reproduzir com uma média de 25, quando
retornam para a mesma praia de nasceram e vão reiniciar o ciclo
reprodutivo.
Eles esperam que os filhotes saiam da areia, os colocam em uma bandeja
com areia e os colocam na praia perto das ondas para evitar que sejam
devorados por seus predadores como raposas, caranguejos e aves da rapina
antes que entrem na água onde também enfrentarão as duras leis da
sobrevivência. De um grupo de mil filhotes, um a dois sobrevivem porque
os animais marinhos a devoram em busca de proteína.
As pequenas tartarugas deixam as marcas de suas nadadeiras quando vão
entrar na água e formam uma espécie de fila para o primeiro nado.
Na hora de subirem o ninho, os filhotes sapo solidários. Um fica em cima
da carapaça do outro para chegar na superfície da areia. Neste
processo, alguns terminam pisoteados e não conseguem chegar até a
superfície. Quando são retirados do ninho, esses filhotes aparentam
fraqueza e não tem o movimento ágil. Novamente, os biólogos e os
universitários do Projeto Tartarugas do Delta os socorrem e os ajudam a
chegar até o mar em uma segunda chance de sobrevivência.
A coordenadora do Projeto Tartarugas do Delta, a bióloga Werlane
Magalhães, bióloga e com mestrado em Engenharia de Pesca pela
Universidade Rural de Pernambuco, afirma que as tartarugas desovam
principalmente nas praias do Arrombado, do Coqueiro, em Luís Correia, e
na Pedra do Sal, em Parnaíba.
Werlane Magalhães afirma que no Brasil e na costa do Piauí existe o
registro de cinco espécies de tartarugas, mas as que são constantes
todos os anos no litoral piauiense são as tartaruga de couro, tartaruga
de pente e a tartaruga oliva. As duas que aparecem esporadicamente na
costa piauiense são a tartaruga verde e a tartaruga cabeçuda.
A tartaruga oliva é a menor das espécies e atinge 76 centímetros de
carapaça e a tartaruga de couro é a maior das espécies e pode atingir de
500 a 600 quilos.
As tartarugas podem viver até 150 anos. No Piauí, a temporada
reprodutiva das tartarugas vai de janeiro a julho. Para se reproduzir, a
tartaruga sobe a areia, deposita os ovos e depois volta ao mar. Os ovos
que ficaram na areia passam, em média, de 45 dias a 60 dias para ter o
desenvolvimento, que resulta no nascimento dos filhotes. A tartaruga
sobre a areia para depositar seus ovos 30 a 40 dias depois da cópula com
o macho. Depois de deposita seus ovos na areia, a tartaruga passa dois
anos recuperando energia para iniciar novo processo reprodutivo.
“A tartaruga gasta muita energia em sua saída para a praia porque ela
vai caminhar. Ela tem um desperdício muito grande de energia e passa
dois anos se alimentando”, afirmou Werlanne Magalhães.
Os estudantes de Biologia Edlayne de Santana, do Instituto de Ensino
Superior do Brasil, Rodrigo Nunes, da Universidade Federal do Piauí,
monitoram um ninho de onde foram acompanhados até o mar 117 filhotes de
tartaruga pente. “Os filhotes saem do ninho com 3 a 4 centímetros”,
informou Edlayne de Santana.
Usina de Energia Eólica abastece 40% da população de Parnaíba equivalente a 70 mil habitantes
Os 20 aerogeradores da Usina Éólica da empresa Tractebel Energia,
instalados na praia da Pedra do Sal podem ser vistos a quilômetros de
distância e são responsáveis pela produção de 18 megawatts, suficientes
para o abastecimento de 70 mil pessoas, 40% da população de Parnaíba.
“Quando mais vento, maior produção de energia”, afirma o diretor
administrativo da Tractebel Energia,do grupo GDF Suez, em Parnaíba”,
Márcio Leal.
Segundo ele, na Usina Eólica da Pedra do Sal os 20 aerogeradores, que
possuem 55 metros de altura, produzem energia, que é transmitida por
cabos subterrâneos até a uma subestação instalada no local.
Na subestação tem um gerador que eleva a tensão da energia produzida
pelos aerogeradores para de 13,8 mil volts para 69 mil volts, que é de
alta tensão. A energia sai da Pedra do Sal e entra em sincronia com
energia da Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco), em uma
extensão de 25 quilômetros e é distribuída pela Eletrobras, a
distribuidora de energia do Piauí.
A Usina Eólica da Pedra do Sal de 250 hectares começou a funcionar em fevereiro de 2009, após investimentos de R$ 105 milhões. .
A Tractebel Energia apresentou projeto junto ao Instituto Chico Mendes
de Biodiversidade (ICMBio) projeto para a instalação de mais 13
aerogeradores de energia eólica também na Pedra do Sal, com
investimentos de R$ 150 milhões para a geração de 30 megawatts de
energia.
Márcio Leal disse que essa energia seria suficiente para abastecer em 100% Parnaíba e os municípios da região até Piracuruca.
”Com a instalação de mais 13 aerogeradores na extensão da Usina Eólica
Pedra do Sal com a intenção de aumentar a nossa produção de energia de
18 para 48 megawattss. Isso significa que podemos abastecer toda
Parnaíba e a região até Piracuruca”, falou Márcio Leal.
O ICMBio deu parecer favorável contra a extensão da Usina Eólica de
Pedra do Sal alegando que pode atrapalhar a instalação de
empreendimentos de turismo.
A Tractebel Energia vai recorrer do parecer do ICMBio, mas se não tiver
sucesso vai transferir os investimentos de R$ 150 milhões para o Ceará,
onde apresentou dois projetos da mesma natureza, que foram aprovados e
estão em fase de instalação.
A velocidade média do vento na Pedra do Sal é de 9 metros por segundo,
mas chega a atingir 15 metros por segundos, o que permite a geração
máxima da Usina Eólica.
“Para a construção dessa usina não teve emissão de gases, não teve
impacto no meio ambiente que seja expressivo porque menos de 5% da área
da usina é de área construída. Não houve desmatamento porque é toda área
de restinga, não tivemos supressão vegetal para a construção da usina.
Fora isso, nós geramos uma energia limpa. Nós acreditamos que seja a
energia do futuro”, disse Márcio Leal.
Jornal da Parnaíba | Fonte: Meio Norte
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