Pesquisa e Edição: Wagner Roberto
Para se falar de maçonaria, tem que se saber minimamente do que se fala. Ou seja, tem que se ler muito acerca da maçonaria, da sua história e das suas origens. E depois, e talvez o mais importante, temos que ter acesso testemunhal (embora privado e secreto) a maçons relapsos ou refractários. Não é qualquer idiota que pode escrever acerca da maçonaria.
Para se falar de maçonaria, tem que se saber minimamente do que se fala. Ou seja, tem que se ler muito acerca da maçonaria, da sua história e das suas origens. E depois, e talvez o mais importante, temos que ter acesso testemunhal (embora privado e secreto) a maçons relapsos ou refractários. Não é qualquer idiota que pode escrever acerca da maçonaria.
Este verbete começa por cometer o erro de confundir a tradição maçónica na Europa continental, por um lado, com a tradição maçónica nos Estados Unidos, por outro lado. Mas não só: comete um segundo erro ao afirmar que, nos Estados Unidos, a tradição e a regra católicas são diferentes daquelas emanadas do Vaticano.
A ideia que grassa por aí, segundo a qual “a maçonaria não é religião”, não é evidente e clara: a maçonaria possui: templos; altares; código moral; rituais de adoração; vestimentas e apetrechos para os ritos; dias festivos; hierarquia; rituais de iniciação; rituais fúnebres; promessas de eterna recompensa e/ou punição.
Por amor de Deus, não venham com essa treta de que “a maçonaria não é uma religião”! Pode, a maioria das pessoas, não saber o conteúdo da religião maçónica — porque se trata de uma religião secreta, gnóstica e elitista, ao contrário do catolicismo que é uma religião pública ou aberta ao povo —, mas que tem a forma de religião, não tenhamos dúvidas.
Por isso, um católico que pertença à maçonaria não é um católico propriamente dito — porque se trata de uma contradição em termos. Seria a mesma coisa que alguém dissesse que um católico pode ser, simultaneamente, hindu ou muçulmano. Só um idiota defenderia tal tese.
Apesar do novo Direito Canónico de 1983 ter revogado a excomunhão de supostos católicos que frequentem lojas maçónicas, continua a proibir os sacramentos a esses “católicos” — independentemente de as lojas frequentadas serem “boas” ou “más”, “simpáticas” ou “antipáticas”, ou contra a Igreja Católica.
Apesar do novo Direito Canónico de 1983 ter revogado a excomunhão de supostos católicos que frequentem lojas maçónicas, continua a proibir os sacramentos a esses “católicos” — independentemente de as lojas frequentadas serem “boas” ou “más”, “simpáticas” ou “antipáticas”, ou contra a Igreja Católica.
Nenhum maçon, com um grau superior a 5, chega a esse patamar da hierarquia maçónica acreditando no “Deus monoteísta”. O Deus monoteísta, pelo menos o Deus católico, não é o Demiurgo.
Pelo texto do escriba, verificamos objectivamente a dificuldade em definir a maçonaria.
Não existe uma noção pública de Maçonaria. Não existe sequer uma noção do que representam os símbolos dos rituais maçónicos: alegadamente, “os símbolos rituais podem ser isto, podem ser aquilo, aqueloutro, e ainda, à vontade do freguês”. O ritual maçónico parece ser um conceito muito alargado.
¿ Será que as pessoas, ditas “inteligentes”, não se dão conta do problema subjacente ao secretismo maçónico implícito neste largo conceito de propósito dos rituais maçónicos? ¿ será que algumas pessoas pensam ?
É claro que a maçonaria possui um conteúdo dogmático e normativo, que passa, em primeiro lugar e nos iniciados e graus mais baixos da hierarquia maçónica, pela aceitação de uma pretensa e ilusória autonomia do aventaleiro iniciado. “Com papas e bolos, se enganam os tolos”.
A putativa “autonomia” do iniciado faz parte da norma maçónica, pelo menos até até ao 3º grau; e essa norma maçónica é, em si mesma, dogmática, porque é um preconceito negativo que, por isso, não pode ser questionado.
A putativa “equidistância” da maçonaria em relação a “todas as religiões” escora-se na necessidade maçónica de proselitismo de base, no seio das elites da sociedade — embora as elites da maçonaria não sejam, de todo, “equidistantes de todas as religiões” — porque a maçonaria é, ela própria, uma religião.
Não é possível a neutralidade entre a não-neutralidade e a neutralidade. Essa “neutralidade maçónica” é apenas aparente e enganadora. A maçonaria é uma religião muito perigosa, também por outros motivos que não cabem aqui e agora.
Estados Maçons da América Assim como muitos europeus, foi emigrando para a América que a maçonaria atingir o seu potencial. Na verdade, o grande "segredo" revelado no best seller de Dan Brown é consenso entre historiadores: em nenhum país a maçonaria foi tão importante quanto nos EUA.
Para começo de conversa, os maiores acontecimentos que marcaram a independência do país foram decididos em lojas maçônicas. Em 1773, não foi de improviso que comerciantes jogaram caixas e caixas de chá no mar, em protesto contra impostos extorsivos dos ingleses. A "festa do chá" de Boston foi um evento organizado por irmãos.
Nove dos 55 homens que assinaram a Declaração de Independência vinham da maçonaria, assim como um terço dos 39 que aprovaram a Constituição. Benjamin Franklin era maçom convicto, e George Washington, grão-mestre da Loja Alexandria, teria aparecido de avental cerimonial no lançamento da pedra fundamental da nova cidade.
Por falar em capital, a cidade de Washington é cheia de referências à maçonaria. Algumas são forçadas: encontram-se compassos e estrelas no traçado das ruas de qualquer cidade - como é esclarecido já no 6º dos 133 capítulos de O Símbolo Perdido. Outras são explícitas: o tema "George Washington foi maçom" inspirou pinturas e esculturas, marcando presença nas portas do Senado e no teto do Capitólio. Além disso, como Robert Langdon confere ao longo de 12 horas movimentadas, a cidade tem pelo menos 17 edifícios com arquitetura típica da ordem - uma mistura de estilo grego e romano, sempre acompanhada de esquadros, compassos e letras G (de God, "Deus" em inglês). Entre eles, a agora célebre Casa do Templo (no original, House of the Temple), sede americana do Rito Escocês Maçônico, cenário do prólogo e do clímax do livro.
Após o sucesso da independência americana, em 1776, a maçonaria passou a ditar o passo das mudanças do planeta. Ser maçom no final do século 18 e no começo do 19 era muito cool: um clube que reunia as mentes mais inquietas e influentes.
Trazendo liberdade, igualdade e fraternidade no DNA, claro que a maçonaria estava na Revolução Francesa, em 1789. Os principais líderes, Danton e Robespierre, não eram da ordem, mas a Marselhesa foi composta na loja de Marselha. Em 1810, a maçonaria inspirou a criação da Carbonária, sociedade secreta que buscaria a independência da Itália. Três futuros libertadores da América, o chileno Bernardo OHiggins, o venezuelano Simón Bolívar e o argentino José de San Martín, frequentavam a mesma loja em Londres, uma convivência que mudou um continente. "A maçonaria participou da independência de todos os países da América do Sul", diz Andrew Prescott, diretor de estudos da maçonaria da Universidade de Sheffield, na Inglaterra.
Para começo de conversa, os maiores acontecimentos que marcaram a independência do país foram decididos em lojas maçônicas. Em 1773, não foi de improviso que comerciantes jogaram caixas e caixas de chá no mar, em protesto contra impostos extorsivos dos ingleses. A "festa do chá" de Boston foi um evento organizado por irmãos.
Nove dos 55 homens que assinaram a Declaração de Independência vinham da maçonaria, assim como um terço dos 39 que aprovaram a Constituição. Benjamin Franklin era maçom convicto, e George Washington, grão-mestre da Loja Alexandria, teria aparecido de avental cerimonial no lançamento da pedra fundamental da nova cidade.
Por falar em capital, a cidade de Washington é cheia de referências à maçonaria. Algumas são forçadas: encontram-se compassos e estrelas no traçado das ruas de qualquer cidade - como é esclarecido já no 6º dos 133 capítulos de O Símbolo Perdido. Outras são explícitas: o tema "George Washington foi maçom" inspirou pinturas e esculturas, marcando presença nas portas do Senado e no teto do Capitólio. Além disso, como Robert Langdon confere ao longo de 12 horas movimentadas, a cidade tem pelo menos 17 edifícios com arquitetura típica da ordem - uma mistura de estilo grego e romano, sempre acompanhada de esquadros, compassos e letras G (de God, "Deus" em inglês). Entre eles, a agora célebre Casa do Templo (no original, House of the Temple), sede americana do Rito Escocês Maçônico, cenário do prólogo e do clímax do livro.
Após o sucesso da independência americana, em 1776, a maçonaria passou a ditar o passo das mudanças do planeta. Ser maçom no final do século 18 e no começo do 19 era muito cool: um clube que reunia as mentes mais inquietas e influentes.
Trazendo liberdade, igualdade e fraternidade no DNA, claro que a maçonaria estava na Revolução Francesa, em 1789. Os principais líderes, Danton e Robespierre, não eram da ordem, mas a Marselhesa foi composta na loja de Marselha. Em 1810, a maçonaria inspirou a criação da Carbonária, sociedade secreta que buscaria a independência da Itália. Três futuros libertadores da América, o chileno Bernardo OHiggins, o venezuelano Simón Bolívar e o argentino José de San Martín, frequentavam a mesma loja em Londres, uma convivência que mudou um continente. "A maçonaria participou da independência de todos os países da América do Sul", diz Andrew Prescott, diretor de estudos da maçonaria da Universidade de Sheffield, na Inglaterra.
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