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"Temos que rever tudo. O desempenho da bancada do nosso estado foi avaliado como o pior desempenho dos estados. A bancada do Piauí precisa rever isso", emendou Zé Filho
Diário do Povo - Geralmente o vice-governador assume a política de atração de empresas para o Estado. O senhor como presidente da FIEPI, qual a sua avaliação diante da informação que o Piauí seria o pior lugar para se investir no Brasil?
Zé Filho - Isso retrata uma realidade. A gente vê as dificuldades quando se faz governo mais para o lado do marketing e propaganda. A Revista Veja mostrou o que o Piauí está passando hoje. Temos que aceitar isso. Não podemos ser demagogos e fazer como outras pessoas já fizeram mostrar um Piauí diferente. O Piauí está mudando, mas ainda está numa situação desfavorável aos outros estados. Isso qualquer cidadão que lê e acompanha a imprensa fora do nosso estado, pode ver o que está acontecendo no Piauí e fora do Piauí.
Isso para nós que somos da indústria, é lamentável que o Piauí não tenha tido essa capacidade de pelo menos ser tratado igualmente aos outros estados, pelo menos aos nossos estados vizinhos. Ter acompanhado o desenvolvimento que os outros estados estão tendo agora.
Então, o governador Wilson Martins tem dito que tem trabalhado e está trabalhando para mudar isso. A briga dele para trazer indústrias para nosso estado tem sido incansável. Ele falou que quer uma montadora de automóveis e outras empresas que fazem com que possamos andar com nossas próprias pernas.
Nós não vamos mudar o Piauí do jeito que está sendo feita a política até agora. Temos que rever isso. Não está dando certo a maneira como nós políticos, aí eu me incluo na classe, estamos buscando. Temos que rever isso. Se estivesse dando certo estaríamos acompanhando os outros estados.
DP - E qual seria o modelo a ser adotado para podermos acompanhar o desenvolvimento dos outros estados?
Precisamos fazer isso. Temos três senadores iguais aos outros estados. São três senadores como tem São Paulo, como tem o Rio Grande do Sul, como tem o Rio de Janeiro. Então, precisamos que estes senadores se imponham no Senado e exijam que o nosso Piauí seja tratado igual aos outros estados.
DP - Existe algum projeto ou perspectiva de como isso pode ser feito para tentar mudar essa realidade?
ZF - Primeiro precisamos do investimento da Eletrobrás. A energia que existe em vários cantos do Estado do Piauí não é suficiente para instalar uma bodega. Uma bodega. Isso é lamentável.
Ainda existem várias estradas que precisam ser feita e dependem de recursos federais para dar uma logística que o estado do Piauí precisa. E a lei agora que está na Assembléia Legislativa, que foi confeccionada pelo atual Governo que vai se equiparar a melhores leis de incentivo fiscal dos demais estados.
O restante é posiciona-mento político. Posiciona-mento da bancada. Temos que escolher as prioridades. Temos que deixar de distribuir uma emendazinha aqui e uma emendazinha acolá e definir as prioridades do Estado. As prioridades que vão fazer com que a gente pare de andar com o pires na mão em Brasília e faça com que o Estado num momento bem próximo possa andar com suas próprias pernas.
ZF - Com certeza, mas o empresário quer ganhar dinheiro. Não adianta. O empresário visa lucro. Existem alguns gargalos que precisam ser solucionados para que a gente se torne atrativo para atrair novas empresas.
Por exemplo, tem uma empresa no Rio Grande do Sul toda estruturada, toda bacana, vai vir para o Piauí por quê? Pelo calor? Pela gente? Não, temos que ter condições especiais e diferenciadas do que estão praticando lá.
DP - E tem previsão disso neste Governo?
ZF - Claro. Está aí a inclusão das obras da ZPE de Parnaíba, onde vai dar um impulso muito grande naquilo ali. A ZPE é uma espécie de zona franca. As empresas que exportam podem se instalar com vários incentivos fiscais, não só do estado como também do Governo Federal. Isso é que é importante. É este tipo de atração que devemos fazer e trazer para o Piauí.
DP - E quando começa a operacionalização da ZPE de Parnaíba?
ZF - Durante a nossa interinidade no Governo do Estado, tivemos, por determinação do governador, assinamos a ordem de serviço para iniciar as obras. A previsão é que até o final de 2012 possamos estar com todas as obras necessárias, com galpão de alfandegamento, prédio da Receita Federal, com todas as obras de funcionamento da ZPE no final de 2012.
Já existem três empresas interessadas, com carta de intenção, para se instalarem tão logo a ZPE fique pronta. Isso é um bom sinal.
DP - O senhor pode dizer nome das empresas que pretendem se instalar na ZPE?
ZF - Tem a Vegeflora que trabalha com a exportação de pilocarpina, tem outra na área de fruticultura que não lembro o nome agora. E tem a Piauí Ceras que é de Campo Maior, que trabalha com a cera de carnaúba e é a maior exportadora de cera do nosso estado.
DP - Ocorreu-me que o Porto Seco, o trabalho para funcionar uma aduaneira, não saiu do papel. O senhor dá garantias que a ZPE vai funcionar?
ZF - O porto seco é diferente. O porto seco não depende apenas do Governo. É uma área grande que dependem de alfandegamento de mercadorias. Mas tem que ser operado por uma empresa da iniciativa privada.
O Governo abre uma licitação ou concorrência e as empresas se habilitam a fazer a operacionalização do porto seco. Aconteceu que por duas vezes, a Receita Federal abriu o edital e apenas uma empresa se habilitou e depois perdeu o interesse e não continuou o processo para fazer a operação do porto seco. Então, o porto seco não depende só do Governo, depende também de empresa privada para operacionalizar. É isso que diferencia ele da ZPE, que é uma zona de processamento de exportação, que goza de isenções fiscais.
Fonte: Diário do Povo Foto e Ediçao:Wagner Roberto
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