domingo, 8 de janeiro de 2012

Crianças e adolescentes são as maiores vitimas de turistas sexuais



Foto: Proparnaiba.com
Em artigo escrito e publicado por volta de 1996 no jornal Tribuna do Litoral, fiz considerações sobre a exploração sexual de crianças e adolescentes, logo depois de o Governo Federal ter lançado uma campanha no rádio e na televisão contra o chamado turismo sexual,
que tem no Brasil como principais vitimas, crianças e adolescentes. E todo mundo sabe que o Brasil é conhecido lá fora por entre outros defeitos, permitir ou até de certa forma incentivar esta prática vergonhosa.
Sobre a questão, temos hoje um documento que aos olhos dos estudiosos, pedagogos e psicólogos e dos juristas, pode ser considerado de vanguarda, o Estatuto da Criança e do Adolescente, que no seu capítulo II, onde trata do direito à liberdade, respeito e dignidade, artigo 16, diz que a criança e o adolescente tem o direito de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comuns, ressalvadas aquelas restrições legais. No parágrafo IV do mesmo documento, acrescenta o direito de brincar, praticar esportes e se divertir.
Mas na prática a teoria é outra. Como pais, educadores e a lei podem penetrar no universo da criança e do adolescente, principalmente este último, sem ferir sua liberdade? Tarefa difícil saber onde e quando nasce a exploração sexual de crianças e adolescentes. As estatísticas ignoram esta particularidade e até certas intimidades. Onde, quando, como e com quem eles se divertem? No caso de adolescentes, eles são corrompidos e explorados sexualmente desde quando estão no próprio grupo. Em festas, privadas ou públicas, por exemplo.
É ali que ele passa a ser prostituído e um potencial consumidor de drogas e de bebidas alcoólicas, é convidado a fumar cigarros com os amigos e com os amigos de seus amigos, estes últimos geralmente adultos pervertidos. O adolescente, imperioso que se diga, é corrompido porque se expõe. Ele sabe melhor do que ninguém burlar a lei que o protege. Ele se considera dono de seu corpo e de sua cabeça. Para a armadilha de convivência com indivíduos desajustados é apenas um pulo. Por mais que o Estado esteja aparelhado para lhe garantir proteção, sempre será considerado um intruso.
O adolescente e até a criança quando se diverte longe da vista dos pais ou responsáveis, sabe escapar da vigilância. Somente depois de corrompido e desajustado, sem qualquer chance de recuperação é que procura ou faz ver que precisa de ajuda. Há necessidade de se ter mais cuidado com este problema e mais rigor na aplicação da lei, que por ser direcionada para indivíduos especiais, não pode necessariamente ser flexível. A lei não é falha. Falha é a sua aplicação.
O turista sexual entra nesta novela toda como o rato para quem se coloca isca farta e fresca. O adolescente, seja menino ou menina, entra nessa onda de permissividade, principalmente o de camada social mais baixa, acaba sendo engolido pela própria curiosidade. Duvido que, estando um agente da lei em espaço público se divertindo e apareça na sua frente um adolescente, menino ou menina, se expondo e sob risco de ser explorado, seja advertido ou censurado. E para o turista sexual, sabe como é, macaco quando vê banana...
Antonio de Padua Marques Silva

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