Um atirador abriu fogo dentro de uma conhecida boate gay em Orlando, na Flórida (EUA) na madrugada deste domingo (por volta das 3h, no horário de Brasília), matando ao menos 50 pessoas e deixando outros 53 feridos, muitos em estado grave. O atentado ocorreu na boate Pulse, uma conhecida casa noturna voltada ao público LGBT, onde o agressor se entrincheirou durante mais de três horas. O autor dos disparos foi identificado pelas autoridades como Omar Mateen, um norte-americano de 29 anos que foi morto pela polícia após uma troca de tiros.
Este foi o maior massacre nos Estados Unidos desde o atentado de 11 de setembro de 2001. O número de mortos ainda pode subir, devido à gravidade do estado de saúde de alguns dos feridos.
O caso reacende o debate sobre o controle de armas nos Estados Unidos, uma das principais bandeiras do mandato do presidente Barack Obama, que fez ao menos 15 discursos após massacres desde que chegou à Casa Branca. Neste domingo, Obama lamentou a tragédia, que classificou como um "ato de terror e de ódio". "Sabemos o suficiente para afirmar que este foi um ato de terror e de ódio", disse.
O caso está sendo investigado como um ato de terrorismo, mas ainda não há detalhes sobre a motivação do atentado nem se o homem está ligado a alguma organização terrorista. "Temos indícios de que este indivíduo pode ter inclinação ao terrorismo islamita, mas não podemos dizer isto com toda certeza", afirmou o agente do FBI Ron Harper, que destacou ainda não descartar a possibilidade de terrorismo doméstico. O FBI também investiga se ele teria alguma ligação com o grupo Estado Islâmico, que reivindica a autoria do atentado.
O pai de Omar Mateen, Mir Seddique, disse à NBC que não crê que o crime cometido pelo filho tenha motivação religiosa, e apontou a homofobia como a causa mais provável. "Não tem nada a ver com religião", disse. De acordo com ele, o filho ficou irritado dois meses antes ao ver um casal de homens se beijar. Já a ex-mulher de Mateen disse que ele era violento e desequilibrado e que a agredia com frequência, segundo informações do Washington Post.
O autor dos disparos –feitos com uma arma de “cano comprido”– provocou um estado de caos e pânico que se prolongou durante horas. Cerca de 300 pessoas estavam no local no momento do atentado. O último post da Pulse no Facebook, apagado pouco depois, é uma mensagem de alerta: “Que todo mundo saia da Pulse e comece a correr”.
A polícia reconheceu que se encontrava em uma situação “com muitas vítimas” e pediu apoio a corporações locais, estaduais e federais. Suspeitava que o agressor pudesse estar de posse de um artefato explosivo. Quando em torno das cinco da madrugada se escutou uma explosão, no lugar já havia um forte dispositivo de segurança, com ambulâncias e patrulhas da polícia, e um negociador fora enviado para lá. Segundo testemunhas, parte dos feridos foi levada para vários hospitais da região, conforme a gravidade de seu estado. Quarenta feridos foram transferidos para o Centro Médico Regional de Orlando.
Ricardo, um dos clientes que estavam no interior da boate, explicou ao veículo espanhol RNE que o local estava muito cheio quando se escutaram os disparos e as pessoas logo se jogaram no chão. Em um intervalo das rajadas de tiros, levantaram-se e saíram correndo pela parte de trás. “Pensei que era parte da música até que vi o fogo de sua pistola”, acrescentou Rosie Feba, que também conseguiu escapar.
O tiroteio já era assunto das redes sociais poucos minutos depois de seu início. Anthony Torres, que divulgou vídeos dos primeiros momentos através das redes sociais, escutou os disparos quando saía do local. “Tudo mundo estava correndo e gritando”, declarou ao Daily News.
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