Agora que já deu pra ver que a recuperação da lagoa do Portinho é coisa mais difícil do que tirar dinheiro da mão de menino ou ver canela de freira, a gente deve investir criatividade e pra quem tem recursos, na praia da Pedra do Sal. Vai ser lá que vai chover chuva grossa. E nem adianta achar que um dia a lagoa entre a Parnaíba e Luiz Correia, que foi tão famosa pra alguns e secou deixando donos de bares e restaurantes numa pindaíba desse tamanho, vai retomar seus dias de fausto e de glória.
Cá entre nós, aquilo ali, me perdoem, nunca foi lá essas coisas não. Contrariando a beleza da lagoa, os equipamentos como bares e restaurantes eram de uma precariedade abaixo da média. Tirando uns pouquíssimos arremedos de restaurantes, aquilo que se podia encontrar mais na lagoa do Portinho eram uns botecos horrorosos, de muito mau gosto, sujos, feios e chamados de trailers. Imagine. Ainda com nome de coisa americana! Alguma coisa assim, incompatível com aquilo que o turista encontra noutros lugares.
Esse turista que é acostumado noutros lugares, que não aqui, a ser bem atendido fora dos hotéis, tanto no cardápio quanto nos serviços. Coisas que vão desde a boa apresentação dos pratos, higiene, discrição e presteza dos garçons. Sem contar as instalações pra uso dos clientes como banheiros e, acima de tudo, bons modos do pessoal de apoio. Muita gente torcia o nariz quando era convidado a conhecer a famosa lagoa do Portinho só com medo de passar algum vexame. Essa é que é a realidade e que agora precisa ser dita..
A lagoa do Portinho teve seu tempo. A natureza fez a parte dela proporcionando e mostrando aos homens de visão empresarial aquilo que poderia e deveria ser feito pra que se transformasse num atrativo e dali se transformasse num meio de lucro pra florescente indústria do turismo de Parnaíba e do Piauí. Mas teve a infelicidade de ser vista por olhos pequenos demais. Governos e mais governos ruins, ambiciosos, políticos demais e sem visibilidade suficiente e que tudo fizeram pra afastar o quando puderam a iniciativa privada de um mundo que era e é seu.
O que a lagoa do Portinho encontrou nesses anos todos pela frente foi muito especulador e aproveitador político e que acabou envolvendo por perto muita gente incompetente e até interesseira. E gente tão ruim que se achava e ainda se acha detentora de conhecimento suficiente pra desenvolver uma atividade que, no meu e no entendimento de muitos outros, deve ser da iniciativa privada, o turismo. Deu no que deu a lagoa do Portinho. Agora secou. Está igual a aquele colega que quando cai na merda todo mundo se afasta. Ninguém dá, como dizia minha mãe, definição dele.
Estive nesse final de semana passada na praia da Pedra do Sal. É outra coisa feia aquele amontoado de palhoças bem na beira da água e as barracas de taipa mais ainda. Por outro lado a gente pode ver que casas de veraneio e até pousadas de boa qualidade estão sendo melhoradas e construídas. Isso fora da zona de banho. Rapaz, a gente fica é besta! Mas na beiradinha d’água ainda mete medo e faz vergonha, pra quem tem, levar um turista viajado praquele, lixão. Você encontra cachorro perebento por debaixo de sua mesa e ao que parece ninguém está preocupado com a aparência, a presteza e a rapidez e no atendimento ao cliente. Se eu contar nos dedos ninguém bota em casa hoje. Uma negação.
Ainda vai levar uma pá de tempo, certamente, pra que a Pedra do Sal seja merecedora de receber turista. O que vai puxar pra cima tudo que tem ali, no meu entendimento, vai ser a oferta de investimentos privados como estes ressortes que estão sendo construídos. Acredito que será determinante pra que aquela praia em toda a sua extensão tenha um ganho de qualidade em seus serviços. Será a nossa, como diria Mongol, amigo velho de Fortaleza, nossa táuba de salvação.
Por P´dua Marques
Jornalista e eSCRITOR
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