quarta-feira, 10 de julho de 2013

Revista Época revela esquema entre o senador Ciro Nogueira Filho e Júlio Arcoverde

A revista Época divulgou em seu site nesta segunda-feira (10) reportagem sobre inquérito aberto para investigar denúncias de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, tráfico de influência e outros crimes tipificados no código penal brasileiro contra o senador Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP, Júlio Arcoverde, ex-presidente da Agespisa e dono da Trevo Locadora de Veículos, deputada Iracema Portella (PP-PI), esposa de Ciro e o deputado professor Sétimo.

Senador Ciro Nogueira (PP)(Imagem:Germana Chaves / GP1)Senador Ciro Nogueira (PP)

Veja abaixo reportagem na íntegra

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, determinou a abertura de inquérito para investigar denúncias contra o senador Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP, e dois deputados, um deles Iracema Portella (PP-PI), mulher de Ciro.

O senador é acusado de destinar parte da verba indenizatória a uma empresa pertencente a Júlio Ferraz Arcoverde, a Trevo Locadora de Veículos. Arcoverde é amigo de Ciro e, até fevereiro passado, por indicação do parlamentar, comandou o Departamento Nacional de Trânsito, o Denatran, subordinado ao Ministério das Cidades. Arcoverde é atualmente presidente do PP do Piauí e trabalha para construir a candidatura de Ciro ao governo do estado no próximo ano.


Júlio Arcoverde (PP)(Imagem:Divulgação)Júlio Arcoverde (PP)
O ministro Fux analisou um pedido de investigação enviado ao Supremo pela Procuradoria-Geral da República em maio passado. “Da exposição dos fatos verifica-se que inúmeras irregularidades foram noticiadas”, afirmou Fux.

Entre janeiro de 2011, quando assumiu o mandato de senador, e janeiro deste ano, Ciro repassou cerca de R$ 160 mil da verba indenizatória à Trevo por “serviços de aluguel de carros”. No valor mensal de R$ 25 mil, a verba indenizatória destina-se a cobrir despesas com o exercício do mandato. Além de Arcoverde, Marcella Ferreira de Alencar apareceu como sócia da locadora. Marcella foi funcionária comissionada no gabinete de Ciro quando ele era deputado federal na legislatura anterior.

O Ministério Público apura também a atuação de outras empresas ligadas a Arcoverde, acusadas de se beneficiarem de emendas parlamentares apresentadas por Ciro para o financiamento de eventos culturais no Piauí. Em abril passado, ÉPOCA revelou as conexões entre os dois.

Fux determinou que a Polícia Federal interrogue os envolvidos. O Supremo pediu ao Senado e à Câmara dos Deputados informações sobre as prestações de contas da verba indenizatória dos parlamentares citados na investigação.

Procurado por ÉPOCA, o senador Ciro Nogueira afirmou que a Trevo prestou “serviços dentro dos parâmetros de preço e qualidade exigidos pela legislação. Qualquer questionamento legal sobre a aplicação da verba indenizatória, obviamente será prontamente respondido”.


Iracema Portella(Imagem:Brunno Suênio/GP1)Iracema Portella
Iracema Portella disse que a contratação da Trevo obedeceu “aos ditames legais e assegurando-se de que se tratava de serviços de reconhecida qualidade na capital e com preços de locação praticados no mercado”. O deputado Professor Setimo afirmou que contratou a Trevo “após pesquisas de mercado e por ser a empresa conhecida no mercado da capital piauiense (Teresina) e no município de Timon (MA), onde mora. Setimo pagou cerca de R$ 146 mil para a locadora de Arcoverde em 2011. “A empresa sempre cumpriu com os serviços contratados. Não há nenhuma irregularidade na contratação da empresa e nem na execução do serviço”, disse.

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