A estudante Franciele de Almeida Silva, 23 anos, em conversa com o repórter Tiago Melo, da TV Cidade Verde, revelou que a irmã também havia supostamente sofrido abuso sexual do pai e que chegou a contar para a madrasta, mas ela não teria acreditado. Ela denunciou no Facebook que teria sido supostamente estuprada pelo padrasto e pelo pai por 12 anos.
“Aos 14 anos sai da casa da minha mãe para ir morar com meu pai em Piracuruca, achei que o problema estaria resolvido, eu não aguentava mais a situação, mas o que aconteceu lá foi pior. Ele também abusava sexualmente de mim e um ano depois minha irmã veio morar com a gente. Só quando eu denunciei descobri que ela também estava sendo abusada. Ele me dizia que era bem sucedido um grande empresário na cidade e que ninguém iria acreditar. Realmente quando a gente contou para nossa madrasta que era uma pessoa muito calada, ela também achou que não fosse possível isso acontecer. Em Piracuruca eu acho que ninguém acreditaria porque todos veem ele como um bom pai, já que as duas filhas estudavam em bom colégio, como um bom empresário e como um bom amigo”, contou.
A universitária conta toda sua história de abusos e afirma que com o padrasto não houve conjunção carnal e que seu sofrimento era mais psicológico.
A universitária conta toda sua história de abusos e afirma que com o padrasto não houve conjunção carnal e que seu sofrimento era mais psicológico.
“Desde os sete anos até os 14 eu fui abusada pelo meu padrasto. Eu tinha muito medo de contar para minha mãe o que acontecia porque ele disse que ia sumia com ela e com minha avó. E eu sabia que ele tinha uma arma em casa, também tinha medo de ninguém acreditar, porque ele não se mostrava agressivo com os outros. O que eu sofria com ele era mais psicológico do que físico e tinha medo e nojo dele, chorava o tempo todo sem dizer nada para ninguém. Não havia conjunção carnal, mas havia atos libidinosos”, afirmou.
Franciele Silva disse que não tinha a intenção de denunciar os abusos sofridos pelo pai e padrasto, mas ao frequentar uma clínica de psicologia percebeu que sua vida tinha sido destruída.
“Antes, quando sai da casa da minha mãe e do meu padrasto eu não tinha a intenção de denunciar, eu achava que iria mudar de casa e superar o problema, mas depois comecei a trabalhar essas questões numa clínica de psicologia da UFPI e comecei a perceber que eu não era culpada. Em setembro de 2012 denunciei a polícia, que colheu nossos depoimentos, mas a procuradoria da cidade não fez muita coisa com isso e resolvi tomar isso como luta, porque o maior amigo desses criminosos é o silêncio. Eles destruíram nossas vidas”, finalizou.
Investigações
O delegado geral James Guerra informou que o inquérito policial foi aberto foi aberto logo depois do carnaval a pedido do Ministério Público de Piracuruca. O delegado afirma que o trâmite das investigações está normal e que até junho o inquérito deve ser concluído.
“Depois do carnaval, o inquérito foi entregue à Justiça, mas foi devolvido para novas diligências e o prazo que era de 30 dias, foi prorrogado para mais 60 dias. Está tudo regulado, eu não posso dar informações detalhadas porque tramita em segredos de justiça”, destacou o delegado.
Entre as diligências que faltam, James Guerra citou a falta de depoimentos de especialistas, exames periciais e a juntada (anexos) de documentos. O delegado acrescentou que um inquérito abrange as duas garotas com o pai e o padrasto.
Flash de Jordana Cury
Redação de Caroline Oliveira
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