Ele declarou que o Piauí vive um importante momento e se tornou o “Estado da moda”
O vice-governador do Piauí, Moraes Souza Filho (PMDB), foi encarregado pelo governador Wilson Martins (PSB) de desempenhar o papel de interlocutor entre o segmento empresarial e o Governo do Estado. Eleito presidente da Federação das Indústrias do Piauí (Fiepi), estabeleceu como uma de suas metas facilitar o diálogo entre o segmento público e privado, visualizando o desenvolvimento industrial e econômico do Estado.Em entrevista exclusiva ao Jornal Meio Norte, Moraes Filho declarou que o Piauí vive um importante momento e se tornou o “Estado da moda” pelo grande número de investidores que tem conseguido atrair nos últimos anos. Segundo ele, isso é resultado de um planejamento bem feito, da política de incentivos fiscais e dos investimentos em in- fraestrutura.
Jornal Meio Norte - O senhor tem se destacado pelo papel desempenhado de interlocutor entre o segmento empresarial e o Governo do Estado. Agora, como presidente eleito da Federação das Indústrias do Piauí (Fiepi) como pretender continuar desempenhando essa missão?
Moraes Souza Filho - Intensificando o diálogo com as instituições de classe, promovendo encontros com empresários e industriais e trabalhando muito para fortalecer esta relação. O Governo tem consciência de que o “trem do desenvolvimento” é puxado pelo setor industrial e a missão é justamente estabelecer pontes, uma parceria em que estaremos trabalhando não à frente, mas ao lado, conjuntamente. Neste sentido, precisamos estar sempre atentos às demandas repassadas pelo setor, tentando amenizar os aspectos burocráticos e em busca de recursos a serem empregados em obras de infraestrutura, para garantir as condições de cada investimento.
JMN - Quais as regiões do Estado que mais têm atraído o setor industrial e quais os incentivos oferecidos pelo Governo a esses empresários?
MSF - O Piauí está na moda. Recentemente, em conversa com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Warton Santos, ele me revelou que é, diariamente, procurado por empresários que desejam im-plantar novos negócios por aqui. E você tocou num ponto muito imporante: incentivos.
Estamos trabalhando na revisão da Lei de Incentivos Fiscais que deverá ser encaminhada à Assembleia Legislativa ainda neste primeiro semestre. Esta é uma matéria muito delicada. Não podemos correr o risco de errar, pois poderá ser fatal para o Estado, uma vez, se errarmos, em vez de avançar, podemos voltar à estaca zero.
JMN - Como a Fiepi irá trabalhar para realizar a integralização do Sistema “S” no Estado?
MSF - Este é um projeto ousado. Na verdade, uma meta que eu e toda nova diretoria da Fiepi estabelecemos junto aos nossos pares. Ainda estamos na fase de gestação. Temos que ouvir e constatar a realidade, pelo menos, dos municípios pólos. A ideia é avançar, mas garantindo as condições para que os benefícios cheguem à população, para que esta possa contar de forma contínua com eles, sem correr riscos de perdê-los porque não se tornaram viáveis. Queremos fazer bem feito.
JMN - As empresas hoje estão mais conscientes da necessidade de se realizar um trabalho voltado também para a responsabilidade social. Como o senhor pretende incentivar as atividades industriais voltadas para esse setor?
MSF - Eu diria até que esta hoje é uma prerrogativa inerente aos empresários. Os trabalhos sociais são bem avaliados pela sociedade e todos querem estar em paz com a opinião pública. É tanto que, por exemplo, desde a etapa de planejamento, boa parte das empresas anuncia, antecipadamente, os projetos paralelos que devem contemplar o aspecto social. Como presidente da Fiepi, posso apresentar nossa experiência e os trabalhos desenvolvidos, por exemplo, através do Sesi e Senai. Também é nossa intenção promover fóruns de discussões para embutir esta nova tendência em empresas que já se instalaram. Para isso, devemos avaliar a realidade de cada uma e estudar alternativas e práticas desenvolvidas em outros estados e países.
JMN - Quais os resultados das negociações comerciais entre o Piauí e a China com a realização do “Seminário sobre a China”?
MSF - Na verdade, demos o primeiro passo com a instalação das Câmaras Setorais voltadas ao comércio exterior. E a primeira discussão foi, justamente, voltada para a relação com a China. Temos no Piauí alguns exemplos de sucesso de empresários que começaram de forma modesta e se tornaram alguns dos maiores investidores, cada um em seu segmento, a partir de negócios com a China. Esse é um trabalho interessante e que começou com as viagens e participações em feiras.
JMN - Quais os setores estratégicos que têm atraído o interesse dos chineses no Estado?
MSF - Eu diria que é mais um movimento inverso. Nós é que estamos interessados em trazer a experiência dos chineses. Agora, que fique bem claro. Somente, aprender com eles o que há de mais avançado em parque industriais, novas tendência e tecnologias. Isso porque vivemos num regime democrático. A nossa legislação respeita o Meio Ambiente e as relações de trabalho. Estamos bem à frente neste quesito. É preciso lembrar que a China adota práticas ainda do século XVIII no que diz respeito às relações de trabalho. Esta realidade é incompatível com a legislação brasi- leira. Queremos avançar e não retroagir.
Fonte: Lídia Brito/MN/Foto: Ribamar Aragão
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