Se já se esperava que o segundo debate entre os candidatos à presidência dos EUA, no último domingo, seria marcado por controvérisas e escândalos, Donald Trump fez questão de jogar lenha na fogueira uma hora antes da transmissão. O candidato do Partido Republicano convocou uma entrevista coletiva com três mulheres que já acusaram o ex-presidente Bill Clinton de abuso sexual e uma que foi vítima de estupro e viu seu agressor ser defendido pela então advogada e hoje candidata do Partido Democrata, Hillary Clinton.
E não parou por aí: Paula Jones, Kathleen Willey, Juanita Broaddrick e Kathy Shelton assistiram ao debate na primeira fila do auditório da Universidade Washington, em Saint Louis.
Na entrevista, Trump, que desde sexta-feira enfrenta em sua campanha críticas por causa da divulgação de um vídeo de 2005 em que se gaba de fazer avanços sobre mulheres, disse que suas convidadas estavam mostrando muita coragem em contar suas histórias. A campanha de Hillary classificou o evento como uma artimanha para desviar a atenção de temas importantes. "É um ato de desespero", disse um porta-voz.
No início do debate, quando Trump fez menção à presença das mulheres, Clinton evitou falar delas e citou a primeira-dama Michelle Obama. "Quando eles abaixam o nível deles, nós elevamos o nosso".
Quem são?
Paula Jones é uma ex-funcionária pública do Estado do Arkansas que em 1999 fez um acordo extra-judicial com Bill Clinton, a quem acusara de assédio sexual nos tempos em que Clinton era governador. Recebeu US$ 850 mil, mas o processo terminou sem admissão de culpa do então presidente.
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Juanita Broaddrick diz ter sido estuprada por Clinton em um quarto de hotel, em 1978, mas nunca prestou queixa. Clinton, que ocupou a Casa Branca entre 1993 e 2001, nega a acusação.
E foi durante esse período que Kathleen Willey, ex-funcionária da Casa Branca, disse ter sido agarrada pelo presidente. Ela foi uma das testemunhas do processo movido por Paula Jones, mas contradições em seus depoimentos fizeram com que a Justiça declarasse não haver provas suficientes para incriminar Clinton.
Já Kathy Shelton conheceu Hillary quando tinha apenas 12 anos. No início de sua carreira como advogada, Clinton foi designada para defender no tribunal, Thomas Taylor, de 41 anos, acusado de violentar a menina, no Arkansas. O juiz aceitou os argumentos de Clinton que levantavam dúvidas sobre a veracidade das acusações. Taylor teve sua sentença reduzida de estupro em primeiro grau para sexo com menores, sendo condenado a apenas um ano de prisão.
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