Após uma série de derrotas políticas consecutivas no Piauí, o ex-governador Francisco de Assis de Moraes Souza, o Mão Santa (SD), voltou a ter um mandato, derrotando o PT, seu ferrenho adversário, numa campanha marcada por polêmicas.
No último domingo (2), Mão Santa foi eleito em votação apertada o novo prefeito de Parnaíba, a segunda maior cidade do Estado, com 35.585 votos, ou 45,53% dos válidos. O prefeito Florentino Neto (PT), que tentava reeleição e tinha o apoio do governador petista Wellington Dias, obteve 44,09% (34.462 votos).
Apesar de a campanha do candidato ter sido marcada por restrições —como só ter o PSL em sua coligação, fazer a campanha a pé nas ruas e ter somente 35 segundos no horário eleitoral—, houve tempo para mais uma polêmica.
Mão Santa veiculou um vídeo na TV em que o presidente Michel Temer pedia votos para ele. Era, no entanto, um vídeo gravado em 2012, quando ele foi candidato, derrotado, ao mesmo cargo.
Mão Santa ganhou destaque nacional quando em 2001 se tornou o primeirogovernador cassado no país por abuso do poder econômico. No ano seguinte, sempre alegando ser injustiçado, o piauiense foi eleito senador pelo PMDB.
De 2004 até a 2014, no entanto, disputando ou apoiando a mulher, Adalgisa Moraes Souza, e o filho, Francisco de Assis de Moraes Souza Júnior, o Mão Santinha, ele perdeu seis eleições. A pior das derrotas ocorreu há dois anos, ao disputar pelo PSC o cargo de governador e ter obtido só 1,55% dos votos.
"Expulsamos os portugueses do Piauí e agora o PT. Foi Deus que me ajudou, pois ninguém gosta de quem mente e rouba e o PT faz as duas coisas", disse o prefeito, sobre a vitória na eleição municipal.
A vitória, ainda que apertada, pode significar o renascimento de Mão Santa, que era apontado por rivais como alguém "no fundo do poço", também por ter passado por inúmeras siglas desde a cassação. Do PMDB, foi para o PSC, mas rompeu com líderes do partido e se filiou ao SD.
RELAÇÃO
Ao assumir a Prefeitura de Parnaíba em 1º de janeiro de 2017, Mão Santa terá que se relacionar com o governo do Estado, que é administrado pelo PT.
Sobre essa relação, ele afirmou ser "democrata". "Sou democrata e ele [governador Wellington Dias] é governador de todos. É uma pessoa civilizada e deve respeitar o resultado das eleições."
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