Quando o aplicativo foi bloqueado muita gente
entrou em pânico por não poder enviar e receber mensagens. Em algumas pessoas,
a aparente irritação escondia um problema maior: o vício no WhatsApp. O perfil
das pessoas dependentes do app de conversas, segundo os psicólogos, é de jovens
de 18 a 30 anos. Eles estão em época de estudos ou no ápice de suas carreiras
profissionais e o vício no aplicativo pode comprometer seu desempenho. “As
pessoas substituem e perdem coisas da rotina para ficar usando o app”, afirma a
psicóloga do Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática (NPPI) da
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Ana Luiza Mano. “Eles
deixam de dormir, faltam na escola e no trabalho".
Os estudos têm revelado que, por trás do vício em
tecnologia estão fobias e transtornos psicológicos. É o caso do “fomo” (medo de
estar perdendo algo, em inglês) e da nomofobia (junção da expressão “no mobile”
e fobia, ou seja, medo de ficar sem celular). A dependência da tecnologia quase
sempre também está ligada a outros distúrbios psicológicos, como depressão,
ansiedade e compulsão. “Esses problemas acabam gerando um ‘vazio’ e as pessoas
tentam preencher esse ‘buraco’ de maneira exagerada”, diz Ana Luiza.
O tratamento
Como muita gente ainda não está ciente de que usa
de maneira exagerada o WhatsApp, o número de pessoas que procuram tratamento
ainda é mínimo. Entre os principais sintomas do vício no app está a necessidade
de checar continuamente as notificações e de responder imediatamente as
mensagens. Há diversos tratamentos para a dependência digital: Desde um simples
“detox” digital ou até mesmo terapia em grupo e com aconselhamento médico. No
Hospital das Clínicas, por exemplo, o usuário passa por uma triagem para
diagnóstico da dependência em tecnologia. Em caso afirmativo, ele inicia um
programa de 18 semanas, no qual psicólogos avaliam a origem e nível do vício.
De acordo com a avaliação, a pessoa pode ser encaminhada para um psiquiatra
para tratamento ou, simplesmente, continua no grupo para receber uma educação
digital.
Jornal da Parnaíba com informações do jornal Estadão
Jornal da Parnaíba com informações do jornal Estadão
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