O secretário de saúde, Dr. Valdir Aragão conversou com os funcionários dos postos e pediu o apoio de todos para reestruturar a saúde da cidade.
Dr. Valdir Aragão pede o apoios dos servidores da saúde de Parnaíba para ajudarem na reestruturação. |
Acompanhado de sua equipe, na manhã desta
sexta-feira (13) o secretário de Saúde de Parnaíba, Valdir Aragão, deu
continuidade ao trabalho de visitação e monitoramento nos postos de saúde do
município. Em todas as unidades de saúde o médico encontrou inúmeras
deficiências e reclamações dos trabalhadores. Uma das situações mais críticas
foi detectada na Unidade Básica de Saúde Módulo-15, no bairro Nova Parnaíba. O
prédio se encontra com inúmeras dificuldades estruturais, sendo que nem
cadeiras têm no consultório médico. A enfermeira da unidade, Renata Brito,
informou que praticamente todos os equipamentos foram levados para o Módulo 14,
que até então também funcionava no local.
O secretário tomou conhecimento da precariedade em que se encontra os postos de saúde de Parnaíba |
“A determinação foi de que deveriam levar tudo para
a nova sede do Módulo 14, e assim acabamos, perdendo toda a nossa estrutura e
ficamos sem a mínima condição de atender o público. Já solicitamos a reposição
dos equipamentos e estamos aguardando”, explicou a enfermeira.
Na unidade também não há computadores, sala de
procedimentos, remédios e nem vacinas. Assim que tomou conhecimento do estado
em que o posto se encontrava, Aragão imediatamente ligou para a Secretaria
Municipal de Fundos determinando o envio imediato dos equipamentos. Enquanto
nossa equipe de reportagem ainda estava no local, as cadeiras começaram a
chegar.
“Chega ao absurdo de médicos não estarem dando
expediente por falta de cadeira em posto de saúde. Nessas condições não tem
como exigir que os profissionais dêem expediente, pois nem mesmo a estrutura
mínima para trabalhar eles tinham. A situação que encontramos a saúde de
Parnaíba é deplorável e é este quadro que já começamos a mudar”, afirmou
Aragão.
Posto de Saúde do Joaz Souza – Módulo 24, não tem médico desde agosto do ano passado. |
Próximo dali, no Posto de Saúde do Bebedouro –
Módulo 16, o secretário encontrou um cenário parecido com o anterior. No prédio
alugado não há local apropriado para fazer os curativos, nem sala de aerosol,
triagem, de procedimento, de prevenção e reuniões. Não está tendo consulta para
a população porque a única médica da unidade está de licença maternidade e só
retornará em maio. Também não tem vigia e nem dentista. A porta da sala de
atendimento que estava quebrada só foi trocada porque foi por conta própria a
enfermeira Julie Meireles que comprou uma nova e mandou instalar.
“Estou há oito anos trabalhando aqui e minhas
solicitações mais básicas nunca foram atendidas. Já estava um ano sem
atendimento nesta sala, então cansei e comprei a porta por conta própria. São
muitas carências e esperamos que isso agora se resolva”, frisou Julie.
A enfermeira Julie Meireles teve que comprar e mandar colocar a porta da sala de atendimento. |
No Posto de Saúde do Joaz Souza – Módulo 24, não
tem médico desde agosto do ano passado. Com isso, os pacientes estão sendo
encaminhados ou para a unidade do bairro São Vicente de Paula ou para o PSF da
Vegeflora. Lá também falta vigia, os banheiros estão entupidos e os remédios
para diabetes e hipertensão estão em falta. Até a água para os funcionários
beberem é comprada porque os bebedouros não funcionam. A dentista do posto se
limita a apenas dar palestras na comunidade porque faltam insumos e estrutura
no consultório.
Uma das situações mais bizarras foi vista no Posto
de Saúde do Tabuleiro – Módulo 25. Às 11:00 da manhã apenas a recepcionista
estava dando atendimento. De acordo com ela, a enfermeira havia saído no início
do expediente para tomar café e não retornou. Surpreso, Aragão ligou para a
Coordenação de Atenção Básica a Saúde e pediu um relatório, de modo a serem
tomadas providências urgentes quanto ao caso geral do posto.
Diante do caos, em todas as unidades por onde
passou, o secretário pediu o apoio, comprometimento e seriedade das equipes
tanto no trabalho técnico desempenhado por cada um dos profissionais, quanto no
trato com os pacientes.
“Peço o apoio e seriedade de todos porque estamos
lidando com vidas, com pessoas que já estão sofrendo com alguma doença e entram
em contato conosco já fragilizadas, ansiosas e depressivas. O paciente é a
razão de existir do médico, do enfermeiro e dos demais servidores da saúde. É
para ele que trabalhamos. Recebemos a saúde de nossa cidade em frangalhos, mas com
o empenho e dedicação de todos, podemos mudar esse cenário e oferecer um
atendimento digno para os parnaibanos”, ponderou.
Por Luzia Paula/Blog do Pessoa | Edição: Jornal da
Parnaíba
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