TÃO GRAVE QUANTO DELICADO, o problema vem se ampliando. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) dão conta de que o suicídio é a segunda principal causa de morte de jovens entre 15 e 19 anos. “A dor, a estigmatização e a dificuldade das pessoas em falar quando vivem essa situação de perto tornam difícil a obtenção de números exatos”, explica Joana Portolese, assessora em neuropsicologia do Instituto de Pesquisa Pensi. “Mas essas mortes, muitas vezes associadas à depressão, são evitáveis”, diz a psicóloga.
Por isso é tão importante a detecção precoce dessa condição, em geral marcada por mudanças bruscas de comportamento. “Um adolescente que sempre foi muito expansivo e de repente fica mais fechado ou era mais retraído e passa a ser mais agitado pode estar passando por esse sofrimento mental”, alerta Joana. Entre as causas estão o abuso de álcool, drogas, situações de conflito, perdas e a sensação de ser discriminado. Viver num ambiente de insegurança também deixa crianças e adolescentes mais vulneráveis emocionalmente. “Se há 20 anos o suicídio era um tabu, hoje sabe-se que é preciso tratar do assunto com responsabilidade, de modo que as pessoas identifiquem o perigo e busquem tratamento preventivo”, destaca Joana. “Se desconfiarem de que algo está errado, os pais devem trazer o filho para o mundo real, tirar um pouco do celular, propor jogos, reunir-se num jantar, estimulá-lo a falar sobre o que incomoda”, recomenda.
A família deve buscar apoio nas instituições de saúde. Vale ainda procurar orientação no Centro de Valorização da Vida (CVV), pelo telefone 188 ou pelo site http://www.cvv.org.br.
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