segunda-feira, 15 de abril de 2013

Fotos mostram crianças seminuas em show de circo; família nega abusos


A circense Zuleide Ferreira, 29 anos, afirmou aos prantos que não há prostituição ou abuso sexual às crianças que trabalham no circo localizado na BR-316, no povoado Baixa Grande, em Monsenhor Gil (a 60 km de Teresina). A denúncia é que as crianças que participam do espetáculo passavam as mãos nas partes íntimas e colocavam no rosto dos espectadores. 

Fotos: Jordana Cury/Cidadeverde.com

“A gente vive disso e não temos onde morar, a não ser no circo. Essas acusações são injustas. As crianças aqui não são orientadas a dançarem de forma sensual e a nenhuma prática sexual. Essas acusações são injustas”, destacou a circense, que é mãe de quatro das crianças e nora do proprietário. 

Zuleide garantiu que o circo tem permissão de funcionamento e diz que trabalha no local desde os 17 anos. 


O circo foi fundado em Valença do Piauí e já percorreu várias cidades de Piauí e do Maranhão. Eles estão em Baixa Grande desde sexta-feira, vindos de Água Branca. 

O Cidadeverde.com entrou no local acompanhado de três conselheiros tutelares, um policial civil e outro militar e constatou as condições insalubres do local onde vivem mais de dez crianças. Há muita sujeira, os menores não estudam e as acomodações são insuficientes para a quantidade de pessoas. 



A reportagem teve acesso às fotos tiradas durante o espetáculo que tem início às 20 horas e término às 21h30, sendo cobrado R$ 3 para adulto e R$ 2 para criança. Em uma das imagens as crianças aparecem dançando em trajes semelhantes a biquínis e tocando no rosto de homem que estava na plateia. 


O conselheiro tutelar André dos Santos ressaltou que o caso já foi encaminhado ao Ministério Público e que o conselho está esperando um parecer, que determinará ou não a retirada das crianças do circo.  “Se for constatada exploração sexual, a pena é de 4 a 10 anos em regime fechado”, explicou. 


Apresentações

A menor E.S.L, 13 anos, disse que não pratica nenhum tipo de ato libidinoso. “A gente só dança e sempre usa uma meia e short. E faz apresentações nos tecidos”, disse.


A adolescente sonha em ser veterinária, mas afirmou que ainda não foi matriculada na escola da região, por falta de dinheiro para comprar material escolar. “A gente estuda em todo lugar que a gente chega, mas aqui ainda não deu”, revelou. 


De acordo com a família, seis das dez crianças participam das apresentações. “A gente só coloca as crianças maiores, menores já estão dormindo na hora que começa. Ninguém aqui faz nada de errado, nós não temos outra forma de sobreviver. Se proibirem a gente de trabalhar aqui eu vou pedir dinheiro embaixo dos viadutos”, contou Zuleide Ferreira.

A circense confirmou que não há estrutura de proteção durante as apresentações, mas garantiu que nunca aconteceu um acidente. 


Estrutura

O circo é composto pelo picadeiro e três tendas pequenas. De acordo com os proprietários do circo a prefeitura cedeu uma casa, para que eles usassem o banheiro. As crianças dormem amontoadas em três camas, dividindo espaço com os adultos.  





Flash de Jordana Cury
Redação Caroline Oliveira
redacao@cidadeverde.com

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