O nome tomou as pesquisas na internet e chegou às capas de jornais: WhatsApp da Momo. Com direito à perturbadora imagem que você vê abaixo, o fenômeno circula pelo mensageiro mais popular do país ao tocar em pontos polêmicos: crianças, segurança digital e lenda urbana.
Desde então, virou assunto em grupos de pais em redes sociais. Numa das publicações mais compartilhadas na rede, o publicitário Jorge Freire, de São Paulo, relatou o momento em que descobriu a Momo. Lá estavam os olhos arregalados e a aparência que lembra a personagem do filme “O Chamado”.
Ao TechTudo, Freire conta que o filho e um amigo assistiam ao vídeo de um YouTuber. “Como ele tem oito anos, não possui smartphone, e por isso não acessa o WhatsApp”, diz. O publicitário diz é preciso cuidado constante “pois a todo momento são criadas coisas novas”. Ele recomenda que os pais façam parte deste meio: “Precisam ter Facebook e Instagram, e entender como isso funciona. Monitorar os filhos e conversar muito sobre os perigos que o mundo online proporciona.”
Afinal, o que é Momo? Quais são os tais perigos? Nós nos debruçamos sobre o tema para trazer as informações a seguir.
O que é Momo?
Momo é o nome dado a um suposto usuário de WhatsApp. Quem avistou primeiro a situação foram jornais de língua espanhola, na semana passada. Eles esclareceram que uma espécie de corrente instava crianças e adolescentes a salvar na agenda de contatos do celular um número do Japão (+81). Desta forma, poderiam conversar com um suposto personagem maligno.
De lá para cá, outros números de telefone – de diversos países – também foram atribuído à Momo. Além disso, segmentos da imprensa passaram a dizer que se tratava de um chatbot, um robô virtual programado para responder mensagens como se fosse uma pessoa.
Nós fizemos o teste: adicionamos o número atribuído à Momo, mas a personagem não nos respondeu.
Quem é a mulher da foto?
Adicionar o suposto número da Momo logo mostra a foto de perfil da mulher acima. O enquadramento dá a entender que é uma pessoa, mas na realidade retrata uma escultura realizada no Japão. Não se trata de montagem no Photoshop, mas sim do trabalho de um artista.
Qual é o maior problema do fenômeno Momo?
Crianças e adolescentes parecem ser o alvo do perfil, que supostamente participaria de bate-papo. Usamos aqui o verbo na condicional pois, nos testes do TechTudo, os números atribuídos à Momo não responderam nossas mensagens.
O especialista em segurança digital Thiago Marques, da empresa Kaspersky, explica o seguinte: “Recentemente tivemos o episódio da Baleia Azul. Há um risco maior porque você tem o seu filho conversando com um estranho. O teor das mensagens não é sadio: a pessoa vai tentando buscar mais informações sobre a sua família. Mais tarde, estes dados poderiam ser usados em algum ataque mais completo, ao utilizar a confiança estabelecida com o jovem para pedir o número do cartão de crédito. Também poderia instá-lo a acessar um formulário com informações pessoais.”
Ele destaca as técnicas de engenharia social empregadas em golpes similares. Num caso desses, o atacante leva a conversa de modo que a vítima passe detalhes importantes, como CPF, nome dos pais e senhas. “É o famoso levar na lábia, conversar e convencer”, diz.
Existe risco ao adicionar alguém à lista de contatos?
Não há risco em simplesmente colocar um novo número no WhastApp, visto que este procedimento não instala nada no telefone. Os usuários receosos de instalar vírus podem se tranquilizar.
Marques lembra, porém, que o mensageiro traz ajustes de privacidade. “Se você libera a foto de perfil somente para os contatos cadastrados, a pessoa do outro lado vai conseguir ver esta imagem e alguns detalhes, como o recado público (antigo status)”, diz.
Há risco ao receber um link?
Segundo o especialista, os links fazem parte de diversas campanhas maliciosas na rede, pois pode levar para uma página com vírus, por exemplo. “Também pode levar a um site que captura os dados do smartphone ou solicita informações particulares”, conclui. Não por acaso, o WhatsApp está testando uma ferramenta que avisa sobre sites problemáticos.
Fonte: TechTudo
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