Categoria já havia paralisado por cerca de 30 dias entre fevereiro e março, e estudantes já perderam, portanto, dois meses de aula. O primeiro semestre está perdido e o segundo ameaçado.
A greve dos professores da rede estadual completou um mês neste final de semana e, por enquanto, ainda não há previsão de quando o impasse envolvendo a categoria e o Governo do Estado chegará ao fim.
Em junho, o Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Estado do Piauí (Sinte-PI) ajuizou uma ação pedindo que a Justiça determine que o Governo cumpra o acordo salarial feito em março com a entidade, que previa reajuste de 6,81% para professores e de 3,15% para os demais servidores da educação a partir de maio, passando a 3,95% em setembro.
Kassyus Lages, vice-presidente do Sinte-PI, lembra que o acordo entre o governo e a categoria foi intermediado pela Justiça, por meio do desembargador Joaquim Dias de Santana Filho.
A ação ajuizada pelo Sinte-PI seria apreciada pelo próprio desembargador Joaquim Santana. Porém, como o magistrado está de férias e só deve retornar ao trabalho no início de agosto, o Governo pediu que a matéria seja apreciada com urgência, o que fará com que o processo seja distribuído para outro desembargador.
Kassyus Lages diz que a categoria acredita num resultado positivo no julgamento da ação, e argumenta que o governador Wellington Dias não pode alegar que estará desrespeitando a legislação eleitoral caso conceda aos professores um reajuste acima da inflação, pois, segundo o sindicalista, o acordo foi formalizado ainda em março, ou seja, antes do dia 10 de abril, data a partir da qual passou a ser proibida a concessão de aumentos superiores à inflação, conforme estabelece a Resolução nº 22.252/2006, do Tribunal Superior Eleitoral.
Além desta greve, deflagrada no começo de junho, a categoria já havia parado por cerca de 30 dias entre fevereiro e março deste ano. Contabilizados os dois períodos, portanto, os estudantes já perderam dois meses de aula.
A votação que determinou o reajuste de 2,95% aos professores ocorreu em sessão realizada no dia 21 de junho, sob um acalorado protesto da categoria, que exige os percentuais acertados em março.
O Sinte-PI afirma que, independente da decisão judicial ser favorável ou não, a greve dos professores continuará até que o Governo pague o reajuste acertado na negociação feita em março.
"O governador teve 25 dias para cumprir o acordo judicial, e, no entanto, não cumpriu. O que ele fez foi vetar a lei que concedeu o reajuste inicial, acertado com as categorias. Por isso, a nossa luta continua e a greve segue forte", pondera a presidente Sinte-PI, Paulina Almeida.
Fonte: Portal O Dia | Edição: Jornal da Parnaíba
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