Diversos trabalhadores terceirizados que prestam serviço para o Governo do Piauí estão com salários atrasados. Em alguns casos, os atrasos já passam dos três meses. Como se não bastasse o sufoco da falta de pagamento, a reforma administrativa proposta pelo governo do Estado passa a tesoura em muitos desses trabalhadores. O que estava ruim, ficou pior.
O governo de Wellington Dias (PT) passou os últimos dois anos se vangloriando de que foi um dos poucos do País que manteve a folha de pagamento dos seus servidores em dia. Mas enquanto isso, terceirizados agonizam sem receber salários e servidores contratados passavam meses ser ver a cor do dinheiro que trabalharam na esperança de receber.
Por exemplo: em algumas escolas o quadro de professores contratados é superior a 40%, quase metade da quantidade de docentes efetivos. Ou seja, enquanto uma metade estava com salário atrasado, os efetivos recebiam em dia e garantiam a pomposa propaganda oficial do governo do Estado, que só em 2018 gastou mais de R$ 40 milhões.
Uespi, Detran, HGV, Hospitais Regionais… São muitos os órgãos onde trabalhadores enfrentam falta de pagamento. O grande problema é que o sofrimento desses terceirizados acaba sendo terceirizado também. O governo, que em muitos casos atrasa repasses para as empresas, sempre joga a culpa na costas dos empresários para tirar o corpo de banda.
É verdade, sim, que os terceirizados são funcionários das empresas que os contratam e não do governo, cabendo a elas zelar por eles. Mas se a gestão estadual deixa de fazer os repasses para essas firmas, não há como deixar de culpá-la também. É um efeito cascata. Portanto, não adianta querer terceirizar o sofrimento de quem já sofre por ser terceirizado.(Gustavo Almeida)
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