terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Livraria fecha em Parnaíba que é considerada “Cidade Universitária”

Depois de 15 anos de funcionamento na Praça da Graça, por algum tempo sendo a única na cidade, a Livraria Harmonia fechou suas portas no final do ano passado, por falta de clientes. De acordo com a proprietária, Dora Rodrigues, o motivo foi “porque não tínhamos retorno. As despesas superavam os lucros. Era um sonho meu e da minha filha (Gelma Rodrigues), contemplar a cidade com uma livraria. E por muito tempo trabalhamos pelo simples fato de trabalhar. Então, decidimos encerrar, porque a própria cidade não dava o devido valor”, relatou a empresária. 
 
Dora Rodrigues também falou sobre o investimento em livros universitários. Ela percebeu que os universitários não compravam livros, apenas tiravam xerox. Outros, faziam o pedido e não buscavam, alegando a demora. Pois só precisariam do livro durante aquele semestre.  
“A Livraria teve um prejuízo muito grande nessa área, e desistimos de investir em livros para o público universitário. Outro motivo foram as atualizações nas edições dos livros, principalmente na área de Direito. E a internet também trouxe a facilidade para quem deseja comprar”, disse ela. 
A empresaria disse lamentar muito o fechamento da sua livraria, após constatar que a cidade não tem a cultura de investir em bons livros.
Também na Praça da Graça um outro local que expõe livros para vendas é a conhecida “Banca do Louro”, de  propriedade do comerciante Francisco Sampaio. Lá são vendidos livros sobre vários assuntos, inclusive de autores parnaibanos, mas também  a procura é muito pequena segundo o Louro.  “A procura pelos livros dos autores locais  só existe para aqueles que descrevem fatos históricos, que são necessários para pesquisas da faculdade”, diz o proprietário da banca.
A única livraria que existe atualmente  na cidade de Parnaíba, aberta mais recentemente, é a Livraria e Papelaria Une Versos e Prosas, na Avenida Pinheiro Machado. Lá fomos informados de que existe uma boa  procura por livros. Tais fatos soam  meio contraditórios, numa cidade considerada, “terra de intelectuais”, com uma Academia de Letras;  polo universitário, com uma população em torno de 15 mil estudantes em cursos de graduação.
“É que a leitura hoje deixou de ser prioridade, principalmente no mundo virtual que vivemos. É mais rápido e mais cômodo fazer o CTRL C + CTRL V, de uma página da internet”, disse um estudante, que preferiu não se identificar.

Por:Camila Neto
Fonte: Jornal "Tribuna do Litoral"

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