quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Suicídio de garota-propaganda mirim após bullying choca Austrália


"Dolly" Amy Everett usando chapéu da marca Akubra: Ammy 'Dolly' Everett ficou famosa ao estrelar comercial do chapéu Akubra aos 8 anos | Foto: Facebook/Akubra official


Segundo a família de Ammy "Dolly" Everett, ela se matou depois de ser vítima de bullying. Em um postagem no Facebook, o pai da garota, Tick Everett, fez um apelo para que se tenha mais consciência sobre o problema, para que a trágica história da filha "não seja desperdiçada".
Dolly era garota propaganda da Akubra, tradicional marca de chapéu australiana. A empresa, além de expressar condolências, também fez um apelo para que as pessoas "se ergam" contra qualquer tipo de bullying.

Convite para funeral

Everett convidou para o funeral da filha aqueles que praticam repetidos atos de violência física e psicológica contra Dolly.
"Se, por acaso, as pessoas que pensaram que era só uma piada e que se sentiram superiores pelo bullying e assédio constantes virem essa postagem, por favor, venham à cerimonia e testemunhem a ruína que criaram", escreveu o pai.
A família divulgou um comunicado à imprensa dizendo que Dolly era "a alma mais gentil, atenciosa e bela". "Ela estava sempre cuidando de animais, crianças pequenas e de outras crianças menos afortunadas na escola".
A família compartilhou ainda um desenho recente feito pela filha, mostrando uma figura magrinha inclinando-se para traz com os dizeres: "Fale mesmo se sua voz tremer".
"Essa mensagem poderosa indica o lugar escuro e assustador para onde nosso lindo anjo viajou", diz o texto.
De acordo com a emissora australiana ABC, a família também disse que gostaria de criar um fundo para ajudar a conscientizar sobre bullying, ansiedade, depressão e suicídio juvenil.

'Dolly poderia ser a filha de qualquer um'

Ammy "Dolly" era garota propaganda de um dos símbolos mais conhecidos na Austrália: o chapéu de pele de coelho com abas largas, normalmente associado à vida no campo.
Ela estrelou uma bem sucedida campanha publicitária da Akubra quando tinha oito anos.
"Bullying, de qualquer tipo, é inaceitável", escreveu a empresa no Facebook na terça.
"Cabe a nós reagir quando vemos qualquer tipo de bullying. Dolly poderia ser a filha, irmã, amiga de qualquer um."
A companhia fez um apelo aos leitores da mensagem: "Seja um amigo, fique atento aos seus amigos".

Resistência em denunciar

De acordo com o Centro Nacional contra o Bullying da Austrália (NCAB, na sigla em inglês), apesar de as taxas globais terem ligeiramente diminuído ao longo da última década, há o registro de mais casos na esfera virtual.
"O que difere o bullying virtual é que ele pode ser constante, 24 horas, sete dias por semana", disse à BBC Jeremy Blackman, da NCAB.
Segundo ele, outro fator relevante é o anonimato promovido pela internet, que pode dificultar a empatia com as vítimas de bullying.
"Isso significa que mais crianças podem praticar bullying", diz Blackman.
Apesar dos serviços de ajuda disponíveis, adolescentes tendem a resistir em comunicar quando são vítimas de bullying, segundo a NCAB.
Ele costumam procurar por ajuda apenas quando a situação fica insuportável.
Não há estatísticas oficiais sobre suicídios relacionados ao bullying. No caso da Austrália, as taxas de suicídio estão caindo de forma geral. No entanto, há um registro de aumento entre pessoas com idade entre 15 e 24 anos.

Fonte:  /Edição Parnaíba no Mundo

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