O governador do Piauí e candidato à reeleição, Zé Filho (PMDB), disse que seu Estado está sofrendo retaliação do governo federal desde que resolveu romper com a base aliada da presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, e apoiar o candidato Aécio Neves (PSDB) à Presidência. Ele reivindica o repasse de R$ 18 milhões solicitados em novembro de 2013 para manter o aluguel de parte dos carros-pipa que distribui água potável para 94 municípios do Estado.
— O governo federal está me maltratando só porque estou votando nesse Aécio. Queria que deixasse de fazer essa política baixa porque a população não tem culpa.
A liberação do recurso ocorria a cada seis meses, segundo ele. A chapa de Zé Filho abriga o tucano Silvio Mendes para a vice e Wilson Martins (PSB) para o Senado. O PT lançou candidato próprio, o senador Wellington Dias (PT).
Mudança
Segundo a secretária estadual de Defesa Civil, Simone Araújo, o serviço de distribuição de água em caminhões-tanque era compartilhado entre governo estadual e Exército, atendendo 94 cidades, com a distribuição de água feita por 850 veículos. Ela diz que foi informada há um mês, em Brasília, de que em 2014 o serviço passou a ser atribuição apenas do Exército. Sem o reforço estadual, houve a diminuição do atendimento em 25 cidades.
O Ministério da Integração Nacional diz que "não há qualquer retaliação por parte do governo federal". Informa que, hoje, 538 caminhões circulam em 69 municípios e o governo federal repassou ao Estado, de 2012 até agora, R$ 641,6 milhões para ações contra a seca, R$ 286,7 milhões no programa Água para Todos e R$ 1,8 bilhão para obras do PAC. A mudança nas regras, diz, foi feita "para otimizar a aplicação dos recursos da União e zelar pela fiscalização do trabalho".
Zé Filho reclama que teve tratamento diferente de outros governadores alinhados com a candidatura de Dilma, pois eles foram beneficiados com a liberação do dinheiro em 2014. Alagoas recebeu R$ 10 milhões, Ceará, R$ 11 milhões e Sergipe, R$ 5 milhões. A explicação do governo é que os repasses eram parcelas remanescentes de convênios firmados no passado.
O governador lembra que rompeu com o governo em junho porque Dilma não cumpriu promessas "de dar encaminhamento nas questões da Eletrobrás e do porto de Lins Correia".
— Quando chegou junho, não teve encaminhamento nenhum. Eu queria aquilo para ter um discurso para votar nela. Depois disso, piorou tudo." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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