Com o decorrer dos dias, a população passa a sentir intensamente as consequências da baixa umidade do ar, e a sensação de piora não é ilusória, realmente os índices continuam caindo e a situação se agrava drasticamente.
As orientações para os próximos meses passam pela cautela e uma série de medidas preventivas, afinal todo cuidado não é mero exagero, a saúde deve estar na linha de frente e manter o bem-estar é essencial para uma vida plena e sem contratempos.
Nesse sentido, um público afetado continuamente é o infantil, desse modo os pais ou responsáveis devem redobrar o zelo e a atenção, qualquer sinal pode ser observado e trabalhado com dedicação, principalmente naquelas que já possuem histórico de problemas respiratórios ou sofrem de alguma doença crônica.
O crescimento na procura por atendimento devido a complicações advindas do tempo seco e da umidade alarmante já é percebido nos centros de saúde piauienses e orientam para uma tendência predominante.
“A demanda é alta, destaco o setor de internação, principalmente com casos de problemas nas vias aéreas superiores, doenças crônicas, viroses respiratórias, sangramentos nasais e sinusites”, destaca o pediatra e chefe da UTI do Hospital Infantil Lucídio Portela (HILP), Carlos Flávio.
O médico ainda destaca a elevada incidência de crianças com alergia e alerta para a piora que o período traz. “No Brasil, entre 20% a 25% têm esse problema, sendo que com o tempo seco elas sofrem bastante”, impõe.
A dona de casa Taiane Maria sente na pele as dificuldades impostas nesse período, mãe de Ítalo Costa, de 4 anos de idade, ela se cerca de ações para amenizar os efeitos negativos.
“Não tem quem aguente, ele reclama o tempo todo da quentura. Nessa idade, e já começa a apresentar dificuldades na respiração, cansaço, é terrível”, conta.
Desse modo, Flávio prioriza algumas recomendações. “Os pais têm que aumentar a oferta de líquidos e higienizar constantemente as vias aéreas.
Outro fato é que muitas crianças com doenças crônicas deveriam tomar o remédio do modo como foi prescrito pelo profissional, contudo, após uns dias há um certo relaxamento dos responsáveis, e aí, depois de um tempo, o nariz passa a escorrer, em seguida aparece uma febre altíssima e o problema é agravado”, detalha.
Meteorologia faz alerta
A queda nos índices da umidade relativa do ar continuará com força; o pior ainda está por vir. "Ela já está chegando a valores abaixo de 20%, principalmente nas cidades do Sul do Estado, porém, a tendência para os próximos meses é que fique muito menor, pode chegar até 13%.
Vamos entrar no período em que a massa de ar seco predomina", detalha a meteorologista Sônia Feitosa. Especialista na área em todo o Piauí, ela ainda realiza um paralelo com 2013. "Com relação ao ano passado, a média está mais baixa", afirma.
A temperatura também chama a atenção da profissional em seus estudos. "Está muito elevada, girando em torno de 38 graus, sendo que o mês mais quente ainda não chegou, que é outubro", diz. A situação só é um pouco melhor no extremo Norte piauiense, abrangendo as cidades litorâneas.
"O interessante em se observar é que até 16h30 a umidade está baixa, mas depois começa a subir e durante a noite atinge 50%, voltando a cair novamente à medida que as nuvens desaparecem", explica.
Desse modo, a expectativa é que esses índices passem a melhorar apenas daqui a sessenta dias. "Só volta a subir com o início das chuvas, a partir do dia 15 de outubro devem aparecer algumas frentes frias", conta.
Por fim, o pediatra Carlos Flávio alerta para práticas corriqueiras e que devem ser evitadas nesse cenário negativo. "Certos pacientes chegam na UTI, pois não recebem o tratamento eficaz, devido a não ter um sistema de melhor qualidade.
Temos que fazer nossa parte e evitar que cheguem a esse ponto; é quase impossível deixar de utilizar o ar-condicionado nesse período e ele ajuda a baixar a umidade, porém o uso do umidificador deve ser difundido, ele seria como um 'fiel da balança'", finaliza.
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