terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Presidente Lula cancelou viagem ao Piauí por causa das estradas intrafegáveis

O presidente Lula reúne hoje os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil) e Paulo Bernardo (Planejamento) para discutir o PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento), que será lançado no primeiro semestre e terá investimentos previstos de 2011 a 2015.
Os dois principais eixos da reedição do programa federal -que será o carro-chefe da campanha de Dilma à presidência- serão asfalto nas cidades, metrôs e investimento para a exploração do petróleo da camada do pré-sal.Em 2007, o presidente rejeitara a proposta de incluir calçamento no PAC porque achava que os prefeitos iriam preferir asfaltar ruas do que resolver problemas de esgoto. Agora, Lula acredita que é hora de asfaltar o país. Um integrante do governo disse que ainda há dúvida se serão priorizados os grandes centros urbanos ou pequenas cidades com menos estrutura e difícil acesso.
Garibas (PI)
A demanda por asfalto é antiga. Em muitas regiões do país, a precariedade de acesso é impeditivo para o desenvolvimento. É o caso da cidade de Guaribas (PI), que ficou conhecida nacionalmente por ser o símbolo do programa Fome Zero. Lula iria nesta semana ao município, mas foi convencido por sua assessoria a desistir da
ideia. A única via de acesso da cidade mais próxima, Caracol, até Guaribas, tem 52 km de extensão, mas é praticamente intransitável nessa época.
Quanto à infraestrutura, o governo quer priorizar a área de transporte urbano, com ênfase em projetos de corredores de ônibus e metrôs. Cinco capitais garantiram que, em conversas com o governo federal, já houve acerto: Belo Horizonte e Brasília, que querem ampliar a rede atual, Porto Alegre, Curitiba e Vitória.
À exceção da capital do Espírito Santo, as outras quatro cidades tentaram emplacar a obra no PAC da Copa, que será lançado amanhã pelo governo, mas não conseguiram pelo alto custo dos projetos.
A segunda versão do PAC também contempla projetos de inclusão digital e
investimentos em tecnologia voltados à exploração do petróleo da camada pré-sal, ambos temas defendidos pela ministra Dilma.
O ministro Paulo Bernardo nega que, com a nova edição do PAC, o governo irá engessar a futura gestão e, indiretamente, deixará um programa de governo para ser executado.
Ele afirmou que a maioria das obras é de consenso e que, de qualquer forma, o atual governo tem que deixar pronto o
Orçamento de 2011, primeiro ano do sucessor de Lula.
"Pode, eventualmente, o novo governo fazer uma revisão: "não gostei deste, vou priorizar aquele". Mas, pode apostar que 95% dos casos estarão resolvidos", disse.


Fonte: Folha de São Paulo

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