sábado, 20 de agosto de 2011

Policiais militares irão receber maior reajuste da história

Reunião de policiais no Tribunal de Justiça
Reunião de policiais no Tribunal de Justiça
Após uma demorada rodada de negociações, o governo do Estado apresentou uma proposta de reajuste que chega a 111% em algumas patentes de base da Polícia Militar. A categoria aceitou o percentual e deve voltar à ativa ainda hoje à noite, de acordo com o comandante da PM-PI, coronel Rubens Pereira.
A patente de subtenente, por exemplo, terá um reajuste até 2015 de 111%, enquanto o coronel, receberá o menor reajuste, que será de 70%. O secretário estadual de Governo, Wilson Brandão, participou das negociações e diz que o reajuste será encaminhado amanhã para a Assembleia Legislativa.
O aumento foi levado aos representantes da categoria, que paralisou suas atividades desde há cerca de duas semanas, em reunião no Tribunal de Justiça, nesta quarta-feira (17), intermediada pelo presidente do TJ, desembargador Edvaldo Moura.
Segundo o coronel Rubens, o reajuste de quase 100% será dividido durante os anos de 2012 a 2015. Todas as demais patentes também receberão um reajuste, embora um pouco menor. “Já havia sido dado em maio um reajuste de 11,7%, que está acima da inflação, e este também será para todos. Mas faremos que aqueles que ganham menos tenham maior aumento”, acrescenta o secretário de Administração, Paulo Ivan.
A respeito da compra de equipamentos e fardamentos, outra reivindicação dos policiais, o comandante da PM explica que o Governo do Estado vem realizando processos de licitação desde janeiro e o material está sendo adquirido aos poucos. “O Governo entende as reivindicações dos militares e acha que são justas, mas os militares têm que entender que a volta deles às ruas é necessária”, declarou secretário Wilson Brandão.
O comandante da PM disse ainda que, embora o TJ tenha determinado a ilegalidade da greve, e ele próprio tenha solicitado a prisão de alguns manifestantes - seguindo o que determinam as normas da Polícia Militar -, não há, no momento, nenhum policial militar preso.
Já os militares reivindicam a anistia de todos os envolvidos que pudessem sofrer punições. “As anistias administrativas serão deliberadas pelo governador e anistia pelas prisões solicitadas só o TJ poderá deliberar”, explica.
Pontos
Um dos pontos discutidos foi a carga horária de trabalho. Atualmente, os policiais militares trabalham 24h e folgam 48h. A partir de setembro, será realizado por dois meses, em regime de experiência, um esquema no qual o PM trabalha 24h e folga 72h, tal qual o policial civil. O governo do Estado ainda deve realizar um estudo de viabilidade financeira e comparar com a forma da prática em outras unidades da federação. Os policiais que trabalham nas patrulhas continuarão com sua carga horária de 12h e folga de 36h.
A anistia disciplinar foi concedida, mas a anistia jurídica ainda deve ser definida no Tribunal de Justiça.

Por Carlos Lustosa

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