Juninho Pernambucano não faz mais parte do Grupo Globo. Segundo a assessoria de imprensa da emissora, o ex-jogador solicitou a rescisão de seu contrato na última sexta-feira. “Ele se afastará de suas funções como comentarista da Globo e do SporTV para tratar de assuntos pessoais”, diz o comunicado. “A Globo aceitou o pedido e agradece a Juninho Pernambucano a importante contribuição na análise dos eventos esportivos que acompanhou como comentarista.” Juninho será substituído por Roger Flores durante a Copa do Mundo da Rússia.
A rescisão do contrato se deu apenas uma semana após Juninho criticar, durante o programa Seleção SporTV, do canal pago, alguns jornalistas que cobrem times de futebol específicos, chamados de setoristas. “Os setoristas são muito piores hoje em dia”, disse. “Eu sei que eles ganham mal, mas cada um tem o caráter que tem. Se eu sou setorista, o que eu ia fazer? Ia tentar fazer um ótimo trabalho para tentar ir para outra etapa, subir. (…) Entre quem cobre o futebol, a prostituição está muito grande. Isso é muito perigoso.”
“Já vi isso também de olhar para você, um jogador que não tem formação, mas é profissional e ganha 100.000 reais. Tem um cara que está ali, estudou quatro anos, sofreu, fez de tudo para se tornar um jornalista, é um setorista e ganha mal”, continuou. “Talvez isso incomode e ele leve isso em consideração.”
No bloco seguinte, o apresentador André Rizek precisou ler um comunicado da direção de jornalismo da Globo. “Hoje mais cedo, aqui no Seleção, Juninho criticou severamente os repórteres que cobrem o dia a dia dos clubes, que são chamados de setoristas, no jargão jornalístico. O SporTV não concorda com a opinião nem com a generalização. Há bons e maus profissionais em todas as categorias. Temos mais de trinta setoristas trabalhando hoje no Grupo Globo e eles recebem aqui nossa confiança e solidariedade. Muitas vezes são eles que mais sofrem com o desequilíbrio e a eventual violência dos torcedores. Isso não quer dizer que o Juninho não tenha o direito à sua opinião, o que é e continuará sendo livre. Mas é importante fazer esse registro.”
Juninho rebateu. “Eu completo só que nunca é generalizado, porque ninguém é assim, ou é bom ou é mau”, disse. “Claro que não é generalizado, mas é minha opinião e não retiro. Eu fui perseguido por setoristas, eu vivi isso, vi de perto isso. Então eu tenho base para falar. Inclusive já coloquei setorista na Justiça. (…) Eu sei como funciona, por isso que dei minha opinião. Mas quem manda é a direção e tem o total direito de concordar ou não comigo.”
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