Batizado de Motown 25: Yesterday, Today, and Forever, o especial havia sido gravado dois meses antes no auditório Pasadena Civic, na Califórnia. A plateia era composta apenas por convidados: executivos, compositores e expoentes do mercado da música.
No
palco, grandes ícones fizeram apresentações que celebravam o legado da
gravadora, incluindo Diana Ross e The Supremes, Marvin Gaye, The
Miracles e Stevie Wonder. Entretanto, a presença de todas aquelas
superestrelas foi ofuscada pelo brilho de um jovem astro pop que seguia
em direção ao topo.
No livo Intocável: A estranha Vida e Trágica Morte de Michael Jackson,
a autor e ex-editor da Rolling Stone, Randall Sullivan, conta que MJ,
com 25 anos na época, só aceitou participar do especial sob a condição
de poder mostrar um número solo de Billie Jean – hit que nada tinha a ver com o catálogo da Motown.Na noite em que o programa foi ao ar, o disco Thriller estava há quatro meses nas lojas e Billie Jean era a música mais tocada nos EUA. Talvez o astro não soubesse que aquele seria um momento histórico para a cultura pop, mas preparou tudo com extrema precisão para torná-lo um.
A participação de Michael Jackson começou com uma espécie de reencontro dos Jackson. Ele fez o vocal de I Want You Back e em seguida participou de um dueto de I ll Be There com o irmão Jermaine. Ao final, eles trocaram abraços e as luzes se apagaram. O espetáculo de MJ estava para começar.
Sullivan ressalta que a sensação coletiva no auditório era de que o jovem Michael parecia diferente de como todos lembravam.
"Ele sempre foi magro, mas agora estava ágil. A dieta macrobiótica que ele havia adotado e os tratamentos dermatológicos que fazia haviam derrotado sua acne. Sua pele estava mais clara, mas ainda escura, o nariz um pouco estreito, mas não alterado de uma maneira feminina. Seu cabelo afro alto e rígido havia se transformado em cachos macios."
"Essas músicas eram boas. Eu gosto muito dessas músicas. Mas eu gosto especialmente... das novas músicas", sussurrou MJ antes dos acordes de baixo que abrem Billie Jean tomar conta do auditório. Ele colocou um chapéu preto na cabeça e começou então seus movimentos cadenciados de pernas, braços e a pélvis. Música e dança se encontravam ali de um jeito inédito na carreira do astro.
A cereja do bolo durou poucos segundos, com Michael Jackson deslizando suavemente para trás parecendo caminhar para frente. O moonwalk, passo tradicional de um estilo de dança urbana chamado popping, já era praticado James Brown nos palcos. Mas naquele 16 de maio de 1983 passou a ser sinônimo de Michael Jackson.
"A reação foi mais do que uma ovação de pé. As pessoas realmente subiram em suas cadeiras para aplaudi-lo. Chorando e rindo, os espectadores na plateia cumprimentavam-se por ter estado lá e visto isso. Podia-se sentir o arrebatamento da multidão mesmo através de uma tela de televisão quando o show Motown 25 foi ao ar."
Fonte: MSN Edição de Parnaíba no Mundo
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