quarta-feira, 16 de maio de 2018

A noite em que Michael Jackson hipnotizou o mundo com seu moonwalk

 
Há 35 anos, Michael Jackson hipnotizava mais de 50 milhões de norte-americanos que assistiam ao especial de 25 anos da Motown, exibido pelo canal NBC. Na atração cheia de requinte, ele fez um performance avassaladora de Billie Jean, seguida de um moonwalk que se converteria em sua marca registrada.
Batizado de Motown 25: Yesterday, Today, and Forever, o especial havia sido gravado dois meses antes no auditório Pasadena Civic, na Califórnia. A plateia era composta apenas por convidados: executivos, compositores e expoentes do mercado da música.
No palco, grandes ícones fizeram apresentações que celebravam o legado da gravadora, incluindo Diana Ross e The Supremes, Marvin Gaye, The Miracles e Stevie Wonder. Entretanto, a presença de todas aquelas superestrelas foi ofuscada pelo brilho de um jovem astro pop que seguia em direção ao topo.
No livo Intocável: A estranha Vida e Trágica Morte de Michael Jackson, a autor e ex-editor da Rolling Stone, Randall Sullivan, conta que MJ, com 25 anos na época, só aceitou participar do especial sob a condição de poder mostrar um número solo de Billie Jean – hit que nada tinha a ver com o catálogo da Motown.

Na noite em que o programa foi ao ar, o disco Thriller estava há quatro meses nas lojas e Billie Jean era a música mais tocada nos EUA. Talvez o astro não soubesse que aquele seria um momento histórico para a cultura pop, mas preparou tudo com extrema precisão para torná-lo um.
A participação de Michael Jackson começou com uma espécie de reencontro dos Jackson. Ele fez o vocal de I Want You Back e em seguida participou de um dueto de I ll Be There com o irmão Jermaine. Ao final, eles trocaram abraços e as luzes se apagaram. O espetáculo de MJ estava para começar.
Sullivan ressalta que a sensação coletiva no auditório era de que o jovem Michael parecia diferente de como todos lembravam.
"Ele sempre foi magro, mas agora estava ágil. A dieta macrobiótica que ele havia adotado e os tratamentos dermatológicos que fazia haviam derrotado sua acne. Sua pele estava mais clara, mas ainda escura, o nariz um pouco estreito, mas não alterado de uma maneira feminina. Seu cabelo afro alto e rígido havia se transformado em cachos macios."
 “Essas músicas eram boas. Eu gosto muito dessas músicas. Mas eu gosto especialmente... das novas músicas."
A figurino que MJ usou é lembrado até hoje um dos clássicos de sua carreira: jaqueta preta de lantejoulas com punhos brilhantes, calças pretas com a barra na altura do tornozelo, meias brancas reluzentes, mocassins pretos e a peça indefectível: uma luva coberta de strass na mão esquerda.
"Essas músicas eram boas. Eu gosto muito dessas músicas. Mas eu gosto especialmente... das novas músicas", sussurrou MJ antes dos acordes de baixo que abrem Billie Jean tomar conta do auditório. Ele colocou um chapéu preto na cabeça e começou então seus movimentos cadenciados de pernas, braços e a pélvis. Música e dança se encontravam ali de um jeito inédito na carreira do astro.


A cereja do bolo durou poucos segundos, com Michael Jackson deslizando suavemente para trás parecendo caminhar para frente. O moonwalk, passo tradicional de um estilo de dança urbana chamado popping, já era praticado James Brown nos palcos. Mas naquele 16 de maio de 1983 passou a ser sinônimo de Michael Jackson.
"A reação foi mais do que uma ovação de pé. As pessoas realmente subiram em suas cadeiras para aplaudi-lo. Chorando e rindo, os espectadores na plateia cumprimentavam-se por ter estado lá e visto isso. Podia-se sentir o arrebatamento da multidão mesmo através de uma tela de televisão quando o show Motown 25 foi ao ar."

Fonte: MSN Edição de Parnaíba no Mundo

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