Jornal GGN - O ex-ministro Antonio Palocci, em depoimento ao juiz Sergio Moro, na semana passada, deu sinais de que quer colaborar com a Lava Jato, inclusive entregando nomes e esquemas do mercado financeiro e de grandes empresas de comunicação. Porém, para a força-tarefa, o que interessa é que Palocci não poupe Lula em seu depoimento. É o que diz a colunista Monica Bergamo nesta segunda (24).
Segundo Bergamo, Palocci só preservou Lula no depoimento da semana passada, sobre esquema de corrupção envolvendo a Odebrecht, "a duras penas, segundo uma pessoa de seu círculo próximo". "(...) ele [Palocci] já estaria convencido de que dificilmente fechará uma delação premiada sem envolver diretamente o ex-presidente."
Em seu depoimento a Moro, Palocci só envolveu Lula em um momento: quando foi questionado se tinha conhecimento de que a Odebrecht teria feito "provisões" em nome do PT. Segundo Palocci, ele não só ficou sabendo como o assunto também foi levado a Lula, talvez pelo executivo e delator da Lava Jato Alexandrino Alencar.
O ex-ministro, contudo, disse que procurou Marcelo Odebrecht para dizer que o PT não aceitaria "provisões", apenas doações em período eleitoral. Palocci também indicou que a opção da doação em caixa 2 era determinada pela empresa e que políticos e partidos de todas as vertentes sabiam que era assim que as campanhas eram financiadas.
DELAÇÃO, SÓ COM LULA
Na semana passada, o ex-presidente da OAS Leo Pinheiro também depôs diante de Moro, mas no processo em que é julgado por ter supostamente direcionado um apartamento triplex para o ex-presidente. Leo Pinheiro vinha negando que Lula era dono do imóvel e, inclusive, teve acordo de delação rejeitado por não implicar o petista. Em junho de 2016, a Folha de S. Paulo chegou a manchetar a recusa da Lava Jato por causa da "proteção" a Lula.
Dessa vez, após mais de um ano preso, já condenado em outra ação e sem perspectivas, Pinheiro disse que o triplex era para a familia de Lula e que isso foi negociado com João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, e Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula. Para dar um aperitivo do que pode entregar a Lava Jato, Pinheiro, numa dobradinha com seu advogado, ainda disse que Lula pediu a ele que destruisse provas de pagamentos de propina ou caixa 2 ao PT.
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