Loiro de olhos azuis? Ou melhor, moreno, como a mãe? Ser pai de "bebês sob medida", em breve, será algo possível. Uma clínica dos Estados Unidos iniciou uma polêmica ao oferecer a casais que querem ter filhos a chance de escolher características como cor do cabelo ou dos olhos do bebê.
A clínica Fertility Institutes, de Los Angeles (EUA), dirigida por um dos pioneiros dos tratamentos de fertilização artificial na década de 70, Jeff Steinberg, espera para 2010 o nascimento do primeiro bebê com todas características escolhidas pelos pais.
Alguns especialistas criticam a clínica e afirmam que o serviço vai desviar a atenção das pessoas para um fato talvez mais importante: a tecnologia que pode determinar o tipo de cabelo pode proteger crianças de doenças herdadas dos pais. A Igreja Católica também vem alertando, em mensagens do papa, sobre os perigos do que classifica como perigos da "eugenia".
A ciência que envolve as escolhas nos bebês é baseada em uma técnica chamada de pré-implantação de diagnóstico genético (PGD, na sigla em inglês). A técnica envolve a retirada de uma célula de um embrião, antes de ser implantado no ventre da mãe. Os médicos, então, selecionam um embrião livre de genes indesejáveis (ou um embrião com os traços físicos desejados como sexo, cabelo loiro e olhos azuis) para continuar com a gravidez e descartar outros embriões.
Um casal pode querer um bebê com a pele mais escura para ajudar na prevenção de câncer de pele, se já tiver um filho que teve a doença. Mas outros podem simplesmente querer um menino com cabelos loiros ou morenos.
A clínica de Steinberg promete oferecer a seleção cosmética para pacientes que já passaram por exames genéticos para problemas gerados por cromossomos anormais em seus embriões. "Nem todos os pacientes serão qualificados para esses exames, e não damos garantias de uma 'previsão perfeita' de coisas como cor do cabelo ou dos olhos", alerta um comunicado da clínica.
Steinberg diz que a capacidade de oferecer este tipo de serviço existe há anos, mas foi ignorada pela comunidade médica. "É hora de todos tirarem a cabeça da areia", afirmou o médico. "Eu não diria que é um caminho perigoso. É um caminho desconhecido", pondera.
Papa Bento 16 e cientistas criticam método
Igreja e parte da comunidade científica criticam a proposta de Steinberg. O papa Bento 16 afirmou, há alguns dias, que qualquer discriminação contra pessoas, povos e etnias com base em "reais ou supostos" fatores genéticos é um atentado "contra toda a humanidade", e denunciou o perigo da eugenia.
Eugenia é a crença na possibilidade de melhorar a raça humana pela eliminação daqueles com características consideradas indesejáveis e de incentivar a procriação daqueles com características desejáveis.
Segundo Bento XVI, essa prática não é nova e, no passado, originou "inacreditáveis formas de autêntica discriminação e violência". "Hoje se insinua uma nova mentalidade que tende a privilegiar a capacidade operacional, a eficácia, a perfeição e a beleza física em detrimento de outras dimensões consideradas indignas", denunciou o papa.
Gillian Lockwood, especialista britânica em fertilidade do comitê ético do Royal College of Obstetricians and Gynaecologists, critica Steinberg sob o ponto de vista moral. "Se chegarmos ao ponto de decidirmos qual gene ou combinação de genes são responsáveis pelos olhos azuis ou cabelo loiro, o que você vai fazer com todos aqueles outros embriões que são ruivos ou têm olhos verdes?".
A clínica Fertility Institutes, de Los Angeles (EUA), dirigida por um dos pioneiros dos tratamentos de fertilização artificial na década de 70, Jeff Steinberg, espera para 2010 o nascimento do primeiro bebê com todas características escolhidas pelos pais.
Alguns especialistas criticam a clínica e afirmam que o serviço vai desviar a atenção das pessoas para um fato talvez mais importante: a tecnologia que pode determinar o tipo de cabelo pode proteger crianças de doenças herdadas dos pais. A Igreja Católica também vem alertando, em mensagens do papa, sobre os perigos do que classifica como perigos da "eugenia".
A ciência que envolve as escolhas nos bebês é baseada em uma técnica chamada de pré-implantação de diagnóstico genético (PGD, na sigla em inglês). A técnica envolve a retirada de uma célula de um embrião, antes de ser implantado no ventre da mãe. Os médicos, então, selecionam um embrião livre de genes indesejáveis (ou um embrião com os traços físicos desejados como sexo, cabelo loiro e olhos azuis) para continuar com a gravidez e descartar outros embriões.
Um casal pode querer um bebê com a pele mais escura para ajudar na prevenção de câncer de pele, se já tiver um filho que teve a doença. Mas outros podem simplesmente querer um menino com cabelos loiros ou morenos.
A clínica de Steinberg promete oferecer a seleção cosmética para pacientes que já passaram por exames genéticos para problemas gerados por cromossomos anormais em seus embriões. "Nem todos os pacientes serão qualificados para esses exames, e não damos garantias de uma 'previsão perfeita' de coisas como cor do cabelo ou dos olhos", alerta um comunicado da clínica.
Steinberg diz que a capacidade de oferecer este tipo de serviço existe há anos, mas foi ignorada pela comunidade médica. "É hora de todos tirarem a cabeça da areia", afirmou o médico. "Eu não diria que é um caminho perigoso. É um caminho desconhecido", pondera.
Papa Bento 16 e cientistas criticam método
Igreja e parte da comunidade científica criticam a proposta de Steinberg. O papa Bento 16 afirmou, há alguns dias, que qualquer discriminação contra pessoas, povos e etnias com base em "reais ou supostos" fatores genéticos é um atentado "contra toda a humanidade", e denunciou o perigo da eugenia.
Eugenia é a crença na possibilidade de melhorar a raça humana pela eliminação daqueles com características consideradas indesejáveis e de incentivar a procriação daqueles com características desejáveis.
Segundo Bento XVI, essa prática não é nova e, no passado, originou "inacreditáveis formas de autêntica discriminação e violência". "Hoje se insinua uma nova mentalidade que tende a privilegiar a capacidade operacional, a eficácia, a perfeição e a beleza física em detrimento de outras dimensões consideradas indignas", denunciou o papa.
Gillian Lockwood, especialista britânica em fertilidade do comitê ético do Royal College of Obstetricians and Gynaecologists, critica Steinberg sob o ponto de vista moral. "Se chegarmos ao ponto de decidirmos qual gene ou combinação de genes são responsáveis pelos olhos azuis ou cabelo loiro, o que você vai fazer com todos aqueles outros embriões que são ruivos ou têm olhos verdes?".
Fonte: Abril.com
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