segunda-feira, 27 de março de 2017

Trump ataca os ultraconservadores antes de sua reforma fiscal Presidente dos EUA não conseguiu unir partido para garantir mudança no Obamacare


WASHINGTON — O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, responsabilizou, neste domingo, a ala ultraconservadora do Partido Republicano pelo fracasso de sua reforma do sistema de saúde, o que anuncia uma grande batalha no seu próximo grande projeto: a reforma fiscal.
"Os democratas estão sorrindo em D.C. (estado onde fica a capital Washington) ao ver que os parlamentares do 'Freedom Caucus', (grupo que reúne os republicanos ultraconservadores) salvaram o Obamacare", tuitou o presidente americano neste domingo.
Os tuítes dominicais de Trump, depois de um fim de semana de consultas e reflexões em um campo de golfe em Virgínia, perto de Washington, parecem uma advertência aos ultraconservadores de seu partido, que agora devem dar provas de um maior pragmatismo.
O fracasso do presidente e de sua maioria — que falharam ao não conseguirem desmantelar o Obamacare, a emblemática lei de seguros médicos aprovada pela administração democrata anterior — é um golpe duro para Trump e seu partido. Trump pretende evitar o mesmo fracasso em seu segundo grande projeto legislativo: a reforma fiscal. Porém, para muitos observadores, ele pode topar com a mesma perda: a brecha entre a ala mais conservadora de seu partido e os republicanos mais moderados.
Entrevistado pela rede de TV ABC sobre o tuíte do presidente, Mark Meadows, legislador na Carolina do Norte e líder do "Freedom Caucus" na Câmara de Representantes, mostrou-se muito mais conciliador.
— A esperança de reformar o Obamacare não está totalmente perdida — disse ele, cujo grupo representa 30 dos 237 integrantes republicanos da Câmara. — Estamos determinados a trabalhar junto com o presidente para estarmos seguros de que obteremos certo consenso.
Meadows deu o pontapé inicial à reforma fiscal, sugerindo que a redução de impostos a que Trump aspira não tem que ser necessariamente compensada por uma redução do gasto público, uma concessão importante tratando-se de um firme partidário dos cortes orçamentários.
Os democratas observam com deleite a incapacidade do presidente para definir um projeto político que unifique todo seu partido.
— Entre os republicanos, há sete meninos na cama, mas cobertores somente para cinco — ironizou o chefe da bancada opositora no Senado, Chuck Schumer, em entrevista à ABC. — Se Trump escolher andar em direção aos ultraconservadores, os moderados abandonarão o barco.
Unidos contra o meio ambiente
Em outros temas, a direita americana deveria mostrar-se mais unida, como a revogação das regulamentações ambientais implementadas por Barack Obama para lutar contra as mudanças climáticas.
Scott Pruitt, encarregado dos temas ambientais no governo Trump, comentou neste domingo que o presidente assinaria no começo da semana um decreto para suprimir as medidas ambientais de seu antecessor que impõem travas ao setor energético.
Não importa se essas medidas dificultam a capacidade dos Estados Unidos de respeitar o acordo internacional de Paris sobre o clima.
— Este acordo não era vinculativo, não era realmente um tratado — disse Pruitt.

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